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Dez perguntas para

“Estudar as atividades de uma comunidade indígena permite construir boas propostas pedagógicas”

Formas de caçar, pescar, plantar, produzir alimentos e até de brincar podem virar objeto de estudo escolar por meio dos Laboratórios Socionaturais Vivos, iniciativa do Instituto Insikiran de Formação Superior Indígena, em Roraima


Maxim Repetto
Coordenador do Grupo de Pesquisa Rede Laboratórios Socionaturais Vivos, Povos Indígenas e Conhecimentos Tradicionais na Amazônia e na América Latina, da Universidade Federal de Roraima (UFRR)

Menina da Comunidade Uiramutã brinca com instrumento de produção de farinha: a cultura do cotidiano como laboratório de pesquisa. Imagem do vídeo Experiências de Pesquisas Laboratórios Socionaturais Vivos Comunidade Uiramutã / 2021 – Socionaturais/Youtube.

Por Maggi Krause, Rede Galápagos, São Paulo

A captura das formigas tanajuras quando elas caem do céu; os diferentes métodos de pesca e os tipos de diversão das crianças à beira do rio; a produção artesanal da farinha de mandioca, do plantio e cuidados na roça até a moagem e secagem da massa. As atividades são abundantes nas comunidades indígenas e respeitam ciclos anuais e a natureza. São meios de subsistência que fazem parte da rotina de cada povo e se modificam em cada lugar. “É por meio das atividades que acontecem nos territórios que conseguimos entender a cultura de uma comunidade. E os espaços de trabalho são vistos por nós como laboratórios de pesquisa e estudo escolar”, explica Maxim Repetto, diretor de pós-graduação e professor titular na Universidade Federal de Roraima (UFRR). 

A experiência pedagógica é desenvolvida por professores indígenas e não indígenas do curso de licenciatura intercultural do Instituto Insikiran da UFRR desde 2010. Eles se debruçam sobre o conceito e a prática de elaborar, com base na vivência da comunidade, propostas curriculares para estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental. “O edital do Itaú Social e da Fundação Carlos Chagas nos permitiu organizar oficinas nos territórios com foco na formação de professores para as escolas indígenas”, conta Maxim. O apoio se deu por meio do edital Anos finais do ensino fundamental: adolescências, qualidade e equidade na escola pública e resultou em material sistematizado no “Projeto de Pesquisa Educativa: Laboratórios Socionaturais Vivos como instrumento de melhoria pedagógica nos anos finais do ensino fundamental na educação escolar indígena”. 

Roraima é o estado com o maior percentual de indígenas do país (15,29%, segundo o censo de 2022) e conta com uma população indígena de pelo menos 97 mil pessoas, divididas em 32 terras demarcadas e oito etnias. Segundo o professor, que tem experiência na área de antropologia política e etnologia indígena e fez pesquisas no Chile, na Argentina, no Brasil e no México, a escola traz um modelo curricular e de conteúdos que é disciplinador e de imposição do modelo cultural nacional. “Existe uma contradição, pois as comunidades reivindicam a escola, mas ao mesmo tempo reclamam que está acabando com sua cultura, de que quanto mais tempo um indígena passa na escola mais se afasta dos conhecimentos culturais próprios”, observa. Os Laboratórios Socionaturais Vivos são uma proposta alternativa, que usa os conhecimentos locais e os articula com os científicos, dando-lhes significado e motivando os estudantes. “Os problemas de aprendizagem dos alunos do 8º e do 9º ano não são muito diferentes dos das escolas não indígenas, pois eles não sabem escrever um texto significativo ou ler um texto denso, e precisamos de professores bem formados e estratégias pedagógicas para mudar isso.” Leia sobre outras questões que afetam as escolas indígenas na entrevista a seguir. 

NNotícias da Educação — Quais são os principais problemas e a situação das escolas indígenas?

MMaxim Repetto — A primeira questão é de política pública, pois o que categoriza uma escola indígena no Brasil é ela estar na terra e na comunidade indígena. Acontece que, conforme o IBGE, há mais de uma década a metade dos indígenas já vive nas cidades; então isso precisa ser revisto. Outro tema são os territórios, pois os indígenas estão sendo atacados em seus direitos tanto pelo desmatamento como pela retomada do garimpo ilegal e das invasões. Os jovens das comunidades aqui em Roraima se mobilizaram e acompanharam o debate do STF sobre o Marco Temporal. Foi montado um acampamento no Centro Cívico, em Boa Vista, que tem um monumento que homenageia um garimpeiro. Houve manifestações em municípios do interior e em comunidades e chegaram a interromper o trânsito na BR-174. Esses processos políticos nacionais afetam a rotina escolar, mas são momentos formativos importantes para o movimento indígena. Outro ponto que destaco são os processos de dominação colonial, tais quais as missões e as catequeses. A escola foi imposta e fez parte dessa política indigenista de integração ao longo do século 20. A integração em si parece algo sadio, mas os indígenas têm sido inseridos em espaços de marginalização, nas periferias, sem saneamento ou benefícios. Essa suposta integração é imaginária; o que existe é um processo de dominação.

NEntão a escola continua servindo para perpetuar esse modelo de dominação?

MIsso acontece porque se impôs um modelo de Estado nacional. Aprendemos na escola que um Estado corresponde a uma nação, uma lei, uma língua; é uma visão unitária e homogênea de Estado nacional. Nas últimas décadas, isso vem sendo questionado, como foi o caso da Bolívia, que na Constituição se definiu como plurinacional e plurilíngue, sem que isso afete a unidade do Estado. Essa visão homogeneizante coloca a ideia de que o indígena tem que falar a língua portuguesa e se submeter às instituições, em um modelo de tutela do Estado, que decide que eles precisam deixar de ser índios para ser cidadãos nacionais. A escola impôs a língua nacional como obrigatória e aqui em Roraima havia relatos sobre indígenas que apanhavam por usar sua língua materna, que era desvalorizada. Desde a Constituição de 1988, o movimento indígena vem se apropriando dessa escola. Um pleito para substituir os professores não indígenas por indígenas avança e retrocede, pois já houve concursos para isso, mas no último entraram também não indígenas. A escola chegou como trator com currículos, tempos e conteúdos; então, quando houve a reivindicação para entrar o conhecimento cultural indígena, criou-se mais uma gaveta. Mas a cultura não pode ser fragmentada, e na vivência indígena os conhecimentos são integrados entre biológicos, matemáticos e de linguagem. Também há uma integração entre a sociedade e a natureza e é aí que entra o nosso projeto.

“Os Laboratórios Socionaturais Vivos são lugares de trabalho e representam um movimento não apenas físico, mas também epistemológico.”

NO que são os Laboratórios Socionaturais Vivos?

MComo estratégia para enfrentar esses problemas, os Laboratórios Socionaturais Vivos são uma proposta que surgiu na Amazônia peruana, desenvolvida pelo suíço Jorge Gasché (1940-2020), conhecida como Método Indutivo Intercultural, baseado na Teoria da Atividade, de perspectiva vigotskyana. Eu a conheci fazendo meu pós-doc no México, com a professora María Bertely. Trata-se de estudar as atividades que a comunidade faz ao longo do ano, pois é por meio delas que conseguimos entender sua cultura. As atividades acontecem no território e envolvem plantar, caçar, pescar, criar animais… Os espaços de trabalho são vistos como laboratórios de pesquisa escolar. Não idealizamos a cultura; pelo contrário, ela se dá no dia a dia. Como se constrói uma casa, como se tira madeira ou palha ou como se produzem alimentos são aspectos dessa cultura. Por exemplo, em uma casa de farinha se traz a mandioca e processa com ralador, prensa, espreme a massa para tirar o veneno. Nesses procedimentos tem química, física e matemática, um conhecimento que está nos livros da escola, mas também vivo ali, dentro da comunidade. Em geral, os livros nos trazem conteúdos descontextualizados… Os laboratórios socionaturais vivos querem articular os temas curriculares com o que acontece na vida, relacionando diferentes conhecimentos e também contrastando a própria cultura e os ensinamentos escolares. Tudo para gerar aprendizagem.

Fonte da ilustração: Sumário Executivo do projeto de pesquisa educativa: Laboratórios Socionaturais Vivos como instrumento de melhoria pedagógica nos anos finais do ensino fundamental na educação escolar indígena

NO Grupo de Pesquisa Rede Laboratórios Socionaturais Vivos atua desde 2010 no território de cinco comunidades indígenas e reúne professores indígenas e não indígenas do curso de licenciatura intercultural do Instituto Insikiran da UFRR (Universidade Federal de Roraima). Pode nos contar sobre a atuação desse grupo de pesquisa e seu trabalho e como chegou ao edital do Itaú Social?

MEm 2000, houve uma demanda do movimento indígena, sobretudo dos professores, para que fosse criado um espaço de formação na universidade federal, pois Roraima tem o maior percentual de indígenas do país (15,29%, segundo o censo de 2022). O MEC, entre 2004 e 2006, fez um diagnóstico e constatou que a metade dos indígenas que cursavam o ensino médio no Brasil estava em Roraima. O Instituto Insikiran foi o segundo centro de formação de professores indígenas no Brasil e o primeiro numa universidade federal. Trabalhamos com uma proposta pedagógica diferenciada, não com disciplinas, mas com temas contextuais. É por meio deles que estudamos as problemáticas que as comunidades vivenciam. Usar o Método Indutivo Intercultural e o laboratório socionatural é um passo à frente, e trabalhamos com eles desde 2010. Hoje temos mais de 30 TCCs defendidos nessa linha. No edital, trabalhamos em escolas onde os alunos de graduação já tinham feito pesquisa. Eles escolhiam uma atividade social e construíam propostas pedagógicas em cima delas. Então, por exemplo, fazer xarope para doença respiratória, coletar a formiga tanajura ou cuidar da roça de mandioca, feijão ou milho viravam objeto de estudo. O edital do Itaú Social e da FCC veio em momento propício para desenvolver a pesquisa educativa, em diálogo com a etnologia indígena, mas com foco principal na formação de professores. Com os recursos, pudemos cobrir os custos para fazer oficinas nas comunidades, onde envolvemos até 150 pessoas, entre estudantes, professores e pais de família. Então, se os paramos por três dias, precisamos levar facilitadores, alimentação, combustível. Há comunidades a que só se chega em veículo 4X4 ou de barco.

NO que são os calendários naturais, que foram o foco da segunda etapa da pesquisa?

MDentro de um calendário natural se identificam as atividades que ocorrem ao longo do ano, os trabalhos na comunidade ou na família e também os jogos e brincadeiras das crianças. Como já tínhamos feito vários TCCS nessas comunidades, voltamos a elas para estruturar calendários mais específicos para o 6º ao 9º ano. Identificamos atividades à beira do rio, como subir em uma árvore e se jogar na água ou fazer castelos de areia, além de várias modalidades de pesca. Depois de compreender o que acontecia, era preciso entender onde poderiam entrar matemática, história, geografia e ciências, e isso é um processo complexo, uma mudança de concepção de educação. O mais importante é que os professores se apropriem dessa perspectiva, pois são eles que a defendem depois, já que acontecem questionamentos tanto por parte dos indígenas quanto da Secretaria de Educação, pois se trata de uma alternativa a processos escolares impostos pelo sistema.

NDe que forma os conhecimentos próprios ou culturais (educação indígena) participam dos processos escolares (educação escolar indígena)?

MA cultura costuma ser vista erroneamente como algo do passado ou do folclore, que fica registrada pelas histórias contadas pelos antepassados. O sistema escolar é fragmentado, com conteúdos que muitas vezes o estudante não entende para que servem. Queremos revelar toda a complexidade da cultura como algo vivo, presente e relacionado à socionatureza. Estudamos os processos formativos de cada comunidade para retroalimentar o trabalho da escola. Os laboratórios socionaturais vivos são lugares de trabalho e representam um movimento não apenas físico, mas também epistemológico. Fazemos um exercício de análise da atividade, explicitando o conhecimento indígena, para entender melhor como ele funciona. Então se eu falo para o estudante “Vamos ver como se faz o beiju” e ele diz “Isso eu já sei fazer”, nós o levamos a enxergar os detalhes da atividade, a olhar de perto não só o objeto de conhecimento, mas as regras, os valores sociais e as afetividades envolvidas. Além de promover descobertas no processo, é também uma forma de refletir sobre a cultura da comunidade. A cultura não é estática; ela se transforma na relação com o mundo e é reconstruída continuamente.

“Temos muito que aprender com as sociedades indígenas, desde o processo de participação comunitária, que é uma democracia ativa, até as filosofias de vida e a preservação dos biomas.”

NConte sobre o processo de formação continuada dos professores por meio da pesquisa educativa colaborativa Laboratórios Socionaturais Vivos.

MFoi um processo complexo. Em Camararém, por exemplo, os adultos visitantes e os da comunidade e as crianças foram para o rio, a roça, a horta escolar. Depois voltamos para a sala de aula e anotamos no quadro as atividades feitas em cada lugar. Os professores, os pais e algumas crianças maiores consultaram juntos os livros escolares. Perguntamos: “O que vocês encontram nos livros que tem relação com as atividades que vimos?”. Quem teve mais dificuldade foram os próprios professores, que estão presos ao que devem ensinar, como gramática e fórmulas. Os pais, até alguns que eram analfabetos, começaram a identificar nas fotos dos livros semelhanças com atividades da comunidade. Existem técnicas de pesca, por exemplo, que dão margem a aprender, em biologia, sobre a reprodução dos peixes ou sobre o rio como ecossistema; em química, sobre as propriedades de venenos (como o extraído do timbó, uma espécie de cipó), famosos por atordoar os peixes. Debater o que acontece no entorno também colabora para repensar costumes. O mirixi, que tem madeira boa para o fogo, está cada vez mais distante da comunidade, pois foram cortando os arbustos mais próximos. O mesmo aconteceu com uma espécie de tatu. Ouvimos dizer que “em um ano caçamos 100 tatus”, mas hoje não há mais tatus na região… são questões para discutir na escola e que orientam sobre a importância da extração sustentável e da preservação no território.

Conheça escolas, comunidades e atividades propostas na construção de Laboratórios Socionaturais Vivos

EscolaComunidade Povo Atividades sociais trabalhadas pedagogicamente 
Escola Estadual Indígena Júlio Pereira Uiramutã Macuxi, Patamona Tirar palha para cobrir o malocãoFazer xarope para doenças respiratóriasPegar formigas tanajuras
Escola Estadual Indígena Presidente João Pessoa Willimon Macuxi Território e a defesa dos direitos indígenasLugares sagrados na comunidade
Escola Estadual Indígena Dom Lourenço Zoller Pedra Preta Macuxi, Ingarikó Cuidar da roçaAutossustentaçãoSegurança alimentarProjeto político-pedagógico da escola
Escola Estadual Indígena Santa Mônica Camararém Macuxi Trabalhar na roçaHorta escolarProdução de farinha 

Fonte: Sumário Executivo do projeto de pesquisa educativa: Laboratórios Socionaturais Vivos como instrumento de melhoria pedagógica nos anos finais do ensino fundamental na educação escolar indígena

NUma das recomendações da pesquisa inicia assim: “A escola deve ser encarada como um instrumento da sociedade, e não como um instrumento do Estado ou como tendo um fim em si mesma”. Como a escola é reconhecida e qual a sua importância dentro das culturas indígenas?

MEssa recomendação se apoia em três pontos: o primeiro é o histórico da escola como imposição cultural para um Estado como uma nação, uma língua, uma só cultura; o segundo foi a necessidade da escola para que os indígenas passassem a entender o mundo dos brancos, em especial a língua e a matemática, para não serem enganados por eles. E o terceiro ponto é o de que a escola poderia funcionar como guardiã e resgatadora de uma cultura. Acho esse desafio grande demais e penso que a escola é apenas um instrumento, não um fim. É um momento de passagem. Faço uma analogia com a canoa. Dependendo de como organizamos os remadores, podemos ir à deriva entre os redemoinhos e as correntezas dos sistemas de conhecimento em conflito, podemos ficar dando voltas sem sair do lugar ou então orientar o percurso formativo do estudante com a intencionalidade desejada pelo processo de formação escolar e social. É preciso considerar o jovem que queremos, quais valores e orientações ele vai levar para se desenvolver no futuro.

NO ensino tem o potencial de colaborar no resgate da memória dos povos originários, resguardar identidades étnicas e línguas nativas?

MTem um autor, o Gersem dos Santos Luciano, conhecido como Gersem Baniwa, que já foi coordenador-geral de educação escolar indígena em uma secretaria do Ministério da Educação (MEC). Ele diz que a escola foi conduzida pelo Estado para homogeneizar a população e que seu objetivo nunca foi o de resgatar a cultura indígena. Ela até pode contribuir, mas não pode receber todo esse peso, pois significaria delegar tarefas demais ao professor, que não consegue dar conta dos conhecimentos escolares e dos culturais. Em quatro horas diárias não cabem tantas expectativas. Às vezes, na própria família não foi ensinada a língua indígena, já que a geração anterior sofreu um processo de invisibilização e escolheu não fazer isso deliberadamente. De todo modo, à universidade cabe esse lugar de valorizar a luta contra a discriminação e de efetivar políticas de ações afirmativas, já que nossa sociedade tem dificuldade de lidar com a diversidade.

NEntre as recomendações da pesquisa feitas para as escolas, quais seriam as mais urgentes?

MA possibilidade de perda de direitos sobre o território, que é a ameaça do Marco Temporal, torna urgente discutir os direitos indígenas e a formação dos estudantes para o exercício pleno da cidadania. Não adianta falar em língua e cultura indígena se você não tem base territorial. E falar uma língua indígena é um direito que só se consegue vivenciar no coletivo, na vida em sociedade. Outra urgência é aprofundar os processos formativos pedagógicos, mostrando que quando se vai ao rio ou à roça isso também é trabalho. Trazendo sustento teórico e prático, com conceitos e resultados, minha prioridade é mostrar para os professores indígenas, para os colegas da universidade e para a Secretaria de Educação que os laboratórios são relevantes e que o calendário socionatural tem fundamento. Vale discutir essa concepção integrada da educação, que pensa o processo escolar fazendo a ponte entre comunidade e natureza. Temos muito que aprender com as sociedades indígenas, desde o processo de participação comunitária, que é uma democracia ativa, até as filosofias de vida e a preservação dos biomas. É válido repensar o papel da escola, pois ela pode ser um instrumento para se apropriar do mundo prático, refletir sobre cultura e valores, discutir sobre integração entre homem e natureza, sobre pluralidade e respeito à diversidade. 

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