Enxergar a cidade como um espaço de convivência e aprendizagem constante é o objetivo da de estudo sobre a metodologia “cibricidade”, apoiado pelo Itaú Social, em parceria com a Fundação Carlos Chagas. O método foi aplicado nas EMEFs (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Santa Marta e João Belchior Marques Goulart, do município de São Leopoldo (RS).
A pesquisa “A cidade como espaço de aprendizagem: práticas pedagógicas inovadoras para a promoção da cidadania e o desenvolvimento social sustentável” é um dos 14 projetos contemplados pelo edital “Anos finais do ensino fundamental: adolescências, qualidade e equidade na escola pública”. A iniciativa foi coordenada pela professora e doutora, Eliane Schlemmer, do Grupo de Pesquisa em Educação Digital da Unisinos/CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
Confira o sumário executivo da pesquisa
O método aplicado em sala de aula tem como proposta romper as paredes da escola, buscando incentivar a autonomia e a cidadania do estudante, a ponto de que não tenha necessidade de uma mediação do docente para se desenvolver socialmente.
Para alcançar essa proposta, 103 professores e gestores das duas escolas públicas participaram de uma formação sobre o conceito de “cibricidade”. O método busca explorar diferentes espaços geográficos da cidade num processo de elaboração de jogos educativos digitais e PAG (Projetos de Aprendizagem Gamificados) na cidade.
“As vivências com a pesquisa possibilitaram a emersão de aprendizagens construídas na experiência com os diversos espaços, físicos, geograficamente localizados, digitais ou ainda híbridos. A exploração da cidade, do bairro, da quadra, das ruas propiciou o contato com diversos sentidos, que se hibridizam aguçando a curiosidade”, explica a pesquisadora Schlemmer.
A pesquisa teve início no segundo semestre de 2019 e foi concluída em março deste ano. Logo nos primeiros meses da aplicação da prática pedagógica, as escolas observaram uma redução na evasão escolar, pois, segundo a pesquisadora, a metodologia priorizava a inventividade e o engajamento dos estudantes.
Legados
Para a divulgar a experiência e os resultados do projeto de pesquisa, foi produzida a “Websérie Educação OnLIFE na Educação Básica”. Composta por sete episódios, a produção compartilha as práticas pedagógicas vivenciadas pelos participantes durante o segundo semestre de 2021, além de explicar o conceito de cibricidade. A temporada está disponível no YouTube.
Outro legado deixado para a cidade foi a tecnologia “Biblioteca Viva Ecológica Reticular”, elaborada pelos participantes do estudo. A ferramenta tem a proposta de qualificar a catalogação colaborativa e socialização dos acervos literários para os moradores do território.
Veja também o resultado das pesquisas:
- Raciocínio Computacional em Prática: desenvolvendo criatividade e logicidade nos anos finais do ensino fundamental;
- Letramento Multimídia Estatístico: Uma interação entre a pesquisa acadêmica e a realidade escolar dos anos finais do Ensino Fundamental;
- Sexto Ano, Transições e Participação: diagnóstico e intervenção no Colégio Municipal Presidente Castelo Branco, Pojuca, Bahia;
- Expressão, Simbolização e Resolução de Problemas: tratar a evasão e a desigualdade no pedagógico;
- Novos significados para alunos dos anos finais do ensino fundamental no contexto da socioeducação de linguagens para autonomia e cidadania;
- Escrever para Aprender: diagnose e dispositivo pedagógico para os anos finais do Ensino Fundamental;
- Desengaveta Meu Texto: Práticas de leitura e escrita no Ensino Fundamental II;
- Sucesso escolar: em busca de estratégias para o fortalecimento de crenças de eficácia;
- Saberes em Diálogo: Cartografias da Implementação do Referencial Curricular de Canoas nos Anos Finais do Ensino Fundamental.