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Estudo revela que estudantes negros têm mais chances de serem vítimas do trabalho infantil

O resultado faz parte do artigo científico produzido pelo professor da UFPA com apoio do Itaú Social


O trabalho infantil é uma preocupação antiga de famílias e educadores e cresceu pelo mundo nos últimos anos, como mostra o relatório do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e OIT (Organização Internacional do Trabalho), divulgado em  2022, 8,9 milhões de crianças e adolescentes podem  abandonar os estudos em busca de uma renda.

O documento aponta que o maior responsável por esse aumento foi o impacto da Covid-19, que aprofundou a desigualdade social. Para o professor da UFPA (Universidade Federal do Pará) João Paulo da Conceição Alves, a crise sanitária, aliada aos episódios de racismo no ambiente escolar, fez que com estudantes negros trocassem a escola pelo trabalho.

ℹ️ Confira os artigos apoiados pelo Edital de Equidade Racial

“Os estados da região Norte têm baixos índices de desenvolvimento humano. Devido à  falta de qualidade de vida e a condições básicas para a sobrevivência humana, a inserção precoce no mercado de trabalho, para estudantes negros, não é uma escolha, é uma necessidade”, conta o pesquisador, que complementa lembrando que a justificativa dada pelos adolescentes era a de que precisavam “se manter vivos e alimentar a sua família”.

“A crise sanitária, o problema de acesso ao ensino remoto e a falta de perspectiva na educação fizeram  com que adolescentes abandonassem a escola em troca de uma renda , geralmente originalizada de um trabalho precarizado. As maiores vítimas desse processo são estudantes negros, de famílias em situação de vulnerabilidade, que enfrentam distorções na trajetória escolar”, explica a especialista em educação do Itaú Social, Juliana Yade.

A experiência de Alves foi registrada no artigo “O ensino médio na Amazônia ‘negra’: indicadores e perspectivas de alunos negros sobre o mercado de trabalho no Amapá”, realizado entre 2020 e 2021 pelo Itaú Social e Ceert (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades). 

Busca Ativa
A busca ativa escolar tem sido uma das prioridades das secretarias municipais e estaduais de Educação após o retorno das aulas presenciais. Essa preocupação é compartilhada pelos familiares dos estudantes, pois entre dezembro de 2021 a maio de 2022, o temor pela evasão e abandono escolar subiu de 15% para 23%.

ℹ️ Conheça o guia “Papel das organizações da sociedade civil no enfrentamento da exclusão escolar”

Em apoio aos municípios, a Unicef, em parceria com a Undime (União dos Dirigentes Municipais de Educação), desenvolveu a estratégia de busca ativa, que prevê a oferta de  uma metodologia social e uma ferramenta tecnológica para apoiar no acolhimento dos estudantes que abandonaram a escola ou que estão em risco de evasão. 

Sobre o Edital
O Edital foi realizado pelo Itaú Social e pelo Ceert, e contou com a parceria do Instituto Unibanco, Fundação Tide Setubal, e UNICEF. Foram destinados R$ 3 milhões para 15 projetos de pesquisa e nove artigos científicos para estudar e identificar soluções, inovações e referências de boas práticas de ensino e gestão.

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