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Edital Anos Finais valoriza a cultura e as tradições dos povos indígenas

Pesquisas apoiadas pelo edital revelam dados sobre a Educação Indígena em escolas públicas de Roraima e Minas Gerais


Em 7 de fevereiro, terça-feira, é celebrado o Dia Nacional da Luta dos Povos Indígenas, homenagem ao mestre Sepé Tiaraju, nativo guarani que liderou a revolta da sua tribo contra tropas portuguesas e espanholas, entre os anos de 1753 e 1756, conhecida como a Guerra dos Sete Povos. Em referência à data, o Itaú Social reforça o apoio que há anos dedica às pesquisas aplicadas, que buscam valorizar a cultura das comunidades e oferecer soluções que preservem a Educação Indigena a partir das raízes locais. 

Por meio do edital “Anos finais do Ensino Fundamental: adolescências, qualidade e equidade na escola pública”, em parceria com a Fundação Carlos Chagas, foram suportados os estudos “Laboratórios Socionaturais Vivos”, ocorrido em escolas de cinco comunidades indígenas de Roraima, e o “Laboratórios de Práticas Audiovisuais”, realizado em três colégios integrados à cultura Xakriabá, em Minas Gerais.

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Ambos foram realizados entre 2019 e 2021 e buscam registrar a cultura e as tradições dos povos originários de cada território. “Essa era uma reivindicação que tem origem ainda na década de 1970, quando já procuravam  resguardar os conhecimentos indígenas além do que é publicado nos livros”, conta Maxim Repetto, coordenador da pesquisa e professor da Universidade Federal de Roraima.

O docente explica também que a pesquisa deu origem a um projeto-piloto nas unidades escolares, chamado de “Laboratórios Socionaturais Vivos”. A iniciativa envolveu cerca de 600 pessoas: estudantes, familiares e integrantes da comunidade escolar. Com base nessa experiência, professores da rede pública puderam elaborar propostas pedagógicas direcionadas às disciplinas de ciência, história, geografia e língua portuguesa.

Conheça alguns números sobre a Educação Indígena extraídos dos levantamentos realizados pelas pesquisas apoiadas pelo edital Anos Finais do Ensino Fundamental:

  • Apenas 420 municípios mantêm registro das matrículas escolares em terras indígenas, totalizando 3.363 unidades educacionais;
  • Desses total, apenas 279 têm projetos específicos voltados à população indigena e 1.214 utilizam materiais pedagógicos customizado:
  • A região com maior número de escolas indígenas é a Norte, com 673 colégios, seguido do Nordeste (265 unidades), Centro-Oeste (161), Sul (77) e Sudeste (38);
  • Apenas 67% das escolas indígenas são abastecidas por  energia elétrica, 60% delas possuem banheiro e 49,8% têm rede de esgoto.

Contexto atual
Diante da recente crise humanitária que colocou em risco a sobrevivência do povo Yanomami,  a preservação e o apoio direcionado à Educação Indígena ganham ainda mais relevância por se tratar de um direito fundamental do cidadão. A garantia ao ensino colabora ainda no resgate da memória dos povos originários e de suas terras, resguardando, por exemplo,  sua identidade étnica e sua língua nativa.

Equidade Racial
Em 2020, o Itaú Social e o CEERT (Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades) lançaram o edital “Equidade Racial na Educação Básica”, que fomentou a realização de pesquisas aplicadas em todas as fases da Educação Básica, apoiou a escrita e publicação de nove artigos científicos sobre o tema.

Entre as pesquisas aplicadas realizadas a partir desse incentivo, está a “Epistemologias Antirracistas e Projeto Político Pedagógico”, realizada em nove escolas do município de Contagem (MG). Além de estimular com que a história africana e afro-brasileira também esteja presente no currículo escolar. O estudo aponta ainda a necessidade de destacarem as tradições e culturas indígenas presentes nos territórios.

Livro Jenipapos
No final de 2022, durante a 20ª Flip (Feira Literária Internacional de Paraty), o Itaú Social lançou um livro coletivo “Jenipapos: Diálogos Sobre Viver”. O título apresenta 17 ensaios de mestres, escritores, profissionais indígenas e não indígenas. A publicação está disponível, sem custo, no Instagram da Mina Comunicação e Arte.

A obra conta com ensaios de Alik Wunder, Allan da Rosa, Beleni Grando, Bruno Kaingang, Conceição Evaristo, Cristine Takuá, Daniel Munduruku, Darlene Yaminalo Taukane, Dona Liça Pataxoop, Dona Vanda Pajé, Edson Kayapó, Eliane Potiguara, Isabella Rosado Nunes, Mauricio Negro, Trudruá Dorrico e Yaguarê Yamã.

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