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Docentes destacam recuperação das aprendizagens como um dos principais desafios para educação

O período de fechamento das escolas durante a pandemia e casos de estresse e ansiedade são os principais obstáculos para os professores em sala de aula


O retorno à rotina escolar para os docentes, após o fechamento das salas de aula, está acompanhado por uma série de desafios, entre os principais estão a perda das aprendizagens e os casos de ansiedade dos estudantes. Neste Dia dos Professores, celebrado no dia 15 de outubro, o Itaú Social reúne depoimentos de profissionais da educação que buscam inovar nas estratégias para a melhoria do aprendizado.

O professor Éricles da Silva, do município de Japaratuba (SE), notou que os estudantes do Colégio Sagrada Família estão com dificuldade em se readaptar com as aulas presenciais. “O nosso maior desafio é lidar com a integralidade do aluno, que está muito abalado ainda. Muitos não tiveram acesso às aulas remotas e desconstruíram o hábito de estudar e, por isso, há um grande desnível nas salas. Nossa prioridade hoje é a recuperação de aprendizado”.

A vontade de incentivar crianças e adolescentes para o estudo partiu de sua própria experiência enquanto aluno, quando em 2010 recebeu a medalha de ouro da Olimpíada de Língua Portuguesa. A conquistou foi um dos fatores que o levou a escolher à docência como profissão, permitindo com que, em 2019, participasse novamente do concurso, só que desta vez, como professor

Conheça os vencedores da 7ª Olimpíada de Língua Portuguesa

Recuperar a aprendizagem dos estudantes é considerado o principal desafio para as redes municipais de ensino, segundo dados da oitava onda da pesquisa realizada pela Undime (União Nacional de Dirigentes Municipais da Educação), realizada com apoio do Itaú Social e Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

O levantamento apontou que 85% das cidades têm realizado pesquisas e ações para superar as lacunas de ensino. As atividades realizadas nas escolas ocorrem majoritariamente de forma presencial – com atividades no mesmo turno ou no turno inverso ao escolar. Iniciativas de recuperação na modalidade remota são citadas por menos de 4% das redes.

Polo oferece percurso sobre recuperação das aprendizagens

Essa percepção em relação a perda das aprendizagens também é observada pelos próprios estudantes, causando episódios de estresse e ansiedade, como aponta a professora Carolina Lobrigato. “Muitos estão acreditando que foram anos perdidos na pandemia e assimilaram que estão atrasados mesmo.”.

A docente tem turmas de crianças do ensino fundamental e para adultos do EJA (Educação de Jovens e Adultos) no município de São Paulo (SP). Uma das estratégias adotadas pela professora é incentivar e confiar no talento de seus alunos. “Há quem subestime o potencial dos estudantes, mas eu os valorizo. Levantar a bola deles é o mínimo”. 

Saúde mental
O estudo divulgado em fevereiro de 2022 realizado pelo Datafolha a pedido do Itaú Social, da Fundação Lemann e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), mostrou que apesar do retorno das aulas presenciais terem animado as crianças, 15% dos entrevistados citaram falta de acolhimento escolar.

“São várias as maneiras de desenvolver ou aprimorar o acolhimento da comunidade escolar, que precisa ser um compromisso coletivo da escola e das redes municipais. Abertura e incentivo ao diálogo, a partir de uma escuta ativa, que realmente compreenda as necessidades de cada estudante, são fundamentais”, explica a coordenadora de Implementação Regional do Itaú Social, Claudia Petri. 

No município de Belo Horizonte (MG), a professora Terezinha Lima pôde acompanhar de perto um desses casos de ansiedade. “Uma das alunas começou a chorar desesperada e não conseguimos descobrir o motivo. Nessas ocorrências, chamamos a família e encaminhamos para a assistência psicológica. A maioria depende do Sistema Único de Saúde”.

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