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Consciência Negra: conheça projetos escolares que valorizam a equidade racial

Por meio da literatura, professores trazem a história e cultura de povos africanos em sala de aula


A abordagem sobre a história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas ainda é um desafio para grande parte dos colégios. Apesar da aprovação da lei 10.639 de 2003, que inclui no currículo escolar a obrigatoriedade da temática, ainda existem resistências institucionais que criam obstáculos para que o assunto não esteja devidamente incorporado ao projeto político pedagógico e ao currículo das instituições de ensino, exceto no mês de novembro, quando é celebrado o Dia da Consciência Negra (20).

Pelo Brasil, algumas escolas encontraram na literatura um caminho para tratar a história e cultura africana e afrobrasileira, como é o caso da Escola Mário Hugo Cidrack do Vale, em Fortaleza (CE). Organizada pela professora Nayane Pinheiro, a iniciativa reúne estudantes do Ensino Médio para encontros literários com a proposta de ler e debater obras escritas por mulheres negras. 

Conheça os artigos científicos apoiados pelo edital de Equidade Racial

“Ainda em 2019, propus a algumas alunas a leitura de um livro de autoria feminina e negra, com contos curtos baseados em diversas temáticas, como aborto e violência doméstica, mas não de forma comum. A autora tem um modo de escrita genial e os alunos gostaram muito”, explica a docente se referindo ao livro “Mornas eram as noites”, da escritora de Cabo Verde Dina Salústio.

A proposta pedagógica de Nayane está retratado no artigo “O quilombismo na literatura africana e afro-brasileira: Uma perspectiva identitária na educação escolar”, um dos nove trabalhos científicos selecionadas pelo edital Equidade Racial na Educação Básica, realizado pelo Itaú Social e CEERT (Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades). 

Além dos artigos, o edital apoiou 15 pesquisas que desenvolveram pesquisas aplicadas com o objetivo de buscar soluções para a redução das desigualdades étnico-raciais no ensino. As iniciativas tiveram início em outubro de 2020 em escolas públicas de sete estados.

Saiba quais projetos foram beneficiadas pelo edital

A proposta de utilizar a literatura em sala de aula é compartilhada com outros educadores, como é o caso da Mayara Almeida, professora da Escola Classe Monjolo, Planaltina (DF). Seu projeto apresentou a história do Quilombo dos Palmares e seus líderes, Zumbi e Dandara, como forma de inspirar os estudantes a escreverem poesias sobre suas raízes.

A conclusão do trabalho se tornou o poema audiovisual “Na cor da pele”, conquistando reconhecimento nacional sendo um dos vencedores da 7ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa.

A professora ressalta que o trabalho foi importante tanto para os estudantes como para si mesma. “Eu aliso meu cabelo desde os 12 anos. Os alunos começaram a perguntar como era meu cabelo natural, mas nem eu sabia. Para a exibição do curta, cortei e assumi meu cabelo enrolado. Eu os encorajei e eles a mim”, lembra Mayara.

Conheça os vencedores da 7º Olimpíada de Língua Portuguesa

Rede de ensino
O Itaú Social, por meio do programa Melhoria da Educação, assinou um termo de cooperação com a prefeitura de Santa Bárbara D’oeste (SP) que, até o final de 2024, realizará uma série de ações para aumentar o desempenho, como formação continuada para docentes, revisão do currículo e elaboração do guia para uso do acervo e programação cultural étnico-racial.

Em Itapevi (SP), foi implementada a tecnologia educacional “Gestão escolar para equidade racial”, desenvolvida pelo Itaú Social com parceria técnica do CEERT. A ação ocorreu em uma escola da cidade e a experiência contribuiu com as orientações que foram incorporadas no currículo e nos planos de planejamento pedagógico de toda a rede.

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