As tecnologias oferecem uma ampla gama de oportunidades que vão além do simples uso de celulares pelos estudantes. Professores de Minas Gerais e de Rio Grande do Sul compreenderam que os dispositivos digitais podem estimular crianças e adolescentes a realizarem tarefas que contribuam com o processo de aprendizagem.
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Os docentes da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), junto com educadores de escolas da capital mineira e de aldeias indígenas do estado, encorajaram seus alunos a captarem imagens do território e depoimentos dos moradores. Esses vídeos foram compartilhados entre os estudantes envolvidos, promovendo uma troca de experiências e o conhecimento sobre a realidade de diferentes comunidades.
A iniciativa foi realizada pelo projeto “Laboratório de Práticas Audiovisuais: Lapa”, apoiado pelo Itaú Social e Fundação Carlos Chagas, por meio do edital “Anos finais do ensino fundamental: adolescências, qualidade e equidade na escola pública”.
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O mesmo edital também foi responsável por colaborar com a iniciativa dos professores de São Leopoldo, município da região metropolitana da capital gaúcha. Seguindo o exemplo do projeto mineiro, os estudantes gravaram depoimento dos moradores mais antigos de seus bairros. Os vídeos estão expostos na “Biblioteca Viva”, um espaço que integra materiais visuais e sonoros gravados pelos alunos, disponível para toda a comunidade escolar.
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O projeto “A cidade como espaço de aprendizagem” é baseado no método “cibricidade”, que incentiva os alunos a desenvolverem autonomia e a exercerem sua cidadania. Como resultado, os docentes notaram que houve uma diminuição na evasão escolar e aumento do engajamento dos estudantes dentro e fora do espaço escolar.
Esse impacto pode ser observado na Escola Municipal de Ensino Fundamental João Belchior Marques Goulart, uma das unidades que participaram do projeto. Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), a taxa de aprovação nos Anos Finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) era de 76,5% em 2019, e com a conclusão da iniciativa, em 2022, o índice subiu para 85,8%.
Capacidade digital
A utilização de aparelhos digitais já é uma realidade para muitos docentes no Brasil. Em apenas quatro anos, de 2018 a 2022, a capacidade pedagógica digital dos professores cresceu de 50% para 80%, como mostra o relatório do Itaú Social, com base nos dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Edital Anos Finais
O edital de pesquisa investiu R$ 3,68 milhões no financiamento de pesquisas e projetos que contribuíram para superar os desafios educacionais desse ciclo escolar. A iniciativa promoveu a interação entre a academia e a realidade escolar, gerando recomendações para a melhoria da qualidade da educação no Brasil.