Os desafios e a potencialidade da aprendizagem de física e astronomia estão previstos no artigo “Educação escolar quilombola: desafios para o ensino de Física e Astronomia”. A obra está disponível gratuitamente no acervo digital Anansi – Observatório da Equidade Racial na Educação Básica.
O autor Alan Alves Brito aborda que as escolas, geralmente, ensinam apenas os conceitos metodológicos de ambas as disciplinas, que envolvem teorias, experiências e observação. O artigo, porém, explora noções a partir da visão de estudantes de outras etnias.
ℹ️ Conheça as pesquisas selecionadas pelo edital de Equidade Racial
“A investigação científica, para eles, só terá fundamento se praticada sob o olhar de outra lógica, relacionada ao sujeito, ao objeto e à natureza, destituída de hierarquização da flora, da fauna e dos fungos [reino dos fungos]. É por meio do diálogo intercultural e interdisciplinar com as comunidades quilombolas que as ciências físicas também se humanizam, reconhecendo saberes que definem identidades”, diz Alves Brito.
O conceito apresentado no artigo já foi colocado em prática em escolas de comunidades quilombolas do Rio Grande do Sul, porém o autor identificou desafios estruturais a serem enfrentados, como a falta de acesso à internet, laboratório e bibliotecas.
O material é resultado da pesquisa “Zumbi-Dandara dos Palmares”, selecionada pelo Edital Equidade Racial na Educação Básica, promovido pelo Itaú Social e Ceert (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades).
O estudo também produziu outros conteúdos que estão disponíveis para profissionais da educação, estudantes e interessados, confira:
- Publicação “Escolas Quilombolas no Rio Grande do Sul”: mapeou 15 instituições de ensino situadas em comunidades quilombolas;
- Ensaio “Astro-Antropo-Lógicas: oriki das matérias (in)visíveis”: reflete sobre a relação racial a partir da Astrologia e da Antropologia, estudos dos astros e da vida;
- Livro A educação Escolar em Perspectiva Quilombola: Cursos de Formação de Professores”: retrata a experiência de professores sobre a educação quilombola;
- Livro “Bará: corpos-territórios em r(existência)”: relembra a memória e a cultura da população negra da capital gaúcha;
- Jogo “Colha Palavras”: caça-palavras que destaca nomes de ervas que possuem função medicinal ou fazem parte de uma cerimônia curativa;
- Publicação “Re-existências Negras: Caderno de Memória: ensaio fotográfico com professores, estudantes e funcionários negros da Escola Municipal de Educação Básica Dr. Liberato Salzano Vieira da Cunha;
- Documentário “Em Frente”: curta premiado que mostra o cotidiano escolar, com o propósito de destacar o cuidado e a autoestima dos funcionários e estudantes negros.
Sobre o edital
O edital selecionou 15 projetos de pesquisas a serem aplicadas em todas as regiões do país. Nove autores receberam apoio para produzirem artigos científicos sobre diversos temas voltados à relação racial, como práticas pedagógicas antirracistas, feminismo negro e representatividade na literatura infantil. As iniciativas receberam suporte técnico e financeiro do Itaú Social e podem ser acessadas gratuitamente no site do programa.