Jogos, brincadeiras e passeios com a família são exemplos de atividades que marcam o Dia das Crianças, celebrado no próximo sábado (12). Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) e, especialmente, na Educação Infantil, essas práticas ocorrem com o propósito de contribuir com o desenvolvimento dos estudantes.
A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) reúne seis direitos de aprendizagem que orientam os docentes nas práticas pedagógicas: Conviver, Brincar, Participar, Explorar, Expressar, Conhecer-se. Entretanto, como destaca a pesquisa “Avaliação da Qualidade da Educação Infantil: um Retrato pós-BNCC”, realizada pelo Itaú Social e FMCSV (Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal), de 2021, há instituições de Educação Infantil, como creches e pré-escolas, que ainda enfrentam desafios na implementação dessas experiências.
Confira exemplos pedagógicos que demonstram como aumentar a frequências dessas atividades no cotidiano escolar:
Mediação de Leitura
Segundo a pesquisa, 45% das instituições de Educação Infantil realizam mediação de leitura com as crianças, sendo que 5% das práticas ocorrem sem apoio de planejamento pedagógico. A leitura compartilhada na primeira infância é importante para o desenvolvimento da futura capacidade leitora, além de proporcionar ganhos na aquisição de vocabulários e consciência fonológica, conforme mostra o relatório do Itaú Social.
Como alternativa para estimular a leitura, a Escola Municipal Professor João Cândido de Souza, localizada em Campo Grande (MS), criou um livro intitulado “Chapeuzinho Vermelho Indígena”. A produção da obra contou com a participação das crianças e adaptou o conto clássico, incorporando elementos do bairro Água Bonita, onde o colégio está localizado e que abriga uma comunidade de povos originários.
Brincadeiras
As brincadeiras livres são realizadas em 58% das creches e pré-escolas, mas apenas 19% delas as executam com planejamento. A nota técnica “Educação Infantil de Qualidade”, do Itaú Social, destaca que as recreações contribuem desde os primeiros passos até na evolução da personalidade, gerando benefícios ao longo da vida.
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Na experiência de Queimados (RJ), a rede municipal de ensino distribuiu jogos educativos às famílias durante a pandemia da Covid-19, com o intuito de monitorar o desenvolvimento infantil, combater a evasão escolar e estimular o desenvolvimento da criança.
Artes
As atividades de dança, teatro ou música foram observadas em 73% das creches e pré-escolas, no entanto, chama a atenção que 38% ocorrem sem planejamento pedagógico. A pesquisa “Artes e Esportes: Relação com desenvolvimento humano integral” sistematiza exemplos internacionais de ações culturais dentro e fora da escola, além de mostrar seus impactos para o desenvolvimento emocional e cognitivo nas crianças.
Estabelecer parcerias com organizações externas pode ser uma estratégia para ampliar a presença das artes nas escolas. Um exemplo disso ocorre em Bayeux, no interior da Paraíba, onde as instituições de ensino contam com o apoio da Aliança Bayeux Franco Brasileira, que promove atividades musicais que contribuem significativamente para o processo de alfabetização.
Contato com a Natureza
A interação das crianças com a natureza é a experiência menos frequente na Educação Infantil, registrada em apenas 32% das unidades. A relação mais próxima com o meio ambiente possibilita que os estudantes saibam mais sobre suas origens, famílias e territórios.
No município de Pombos (PE), cinco escolas públicas participaram do projeto “Cidade Sustentável: Educação para o Meio Ambiente”, desenvolvido pela organização Geração Futuro. A iniciativa orientou os alunos sobre práticas sustentáveis e promoveu um plantio de árvores com a participação da comunidade escolar.
Participação ativa
A participação das crianças na organização das atividades cotidianas é observada em 51% das creches e pré-escolas. No entanto, 22% dessas instituições não apresentam uma proposta pedagógica clara da prática. A experiência é importante para ampliar a autonomia e a participação de forma ativa e aberta.
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Um exemplo de iniciativa que estimula o protagonismo dos alunos ocorreu em Vespasiano (MG), local que recebeu o festival audiovisual estudantil. Os vídeos foram produzidos por crianças e adolescentes das dez escolas públicas de Ensino Fundamental, que organizaram o roteiro, a gravação e a edição do material.