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Pesquisadoras são maioria entre participantes no Edital de Equidade Racial

Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha celebra a contribuição feminina na cultura do continente


Na próxima quinta-feira (25/7) é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, data que valoriza as conquistas femininas na região. Entre os avanços recentes, chama atenção o aumento na participação de autoras em projetos  indicados no Edital de Equidade Racial, no qual 12 de 15 pesquisas selecionadas são lideradas por mulheres negras. 

Os conteúdos, desenvolvidos entre 2020 e 2022, investigaram como a temática racial era abordada na educação básica, de acordo com a  Lei 10.639/03, que inclui no currículo escolar a obrigatoriedade da difusão da história e cultura africana e afro-brasileira. 

ℹ️ Confira os artigos científicos apoiados pelo Edital de Equidade Racial

Os estudos resultaram na elaboração de diversos materiais que orientam sobre o ensino da matemática antirracista, sugestões de livros de autores negros, aplicativos, catálogos de jogos e brincadeiras, além de documentários que destacam a importância da representação e da autoestima dos estudantes. Os conteúdos estão disponíveis na plataforma Anansi – Observatório da Equidade Racial na Educação Básica.

A relação da mulher negra com a educação foi tema da pesquisa “Ressignificando as relações étnico-raciais e de gênero”, desenvolvida pela autora Vanderleia Reis de Assis, com o apoio do Edital de Equidade Racial. A iniciativa foi realizada na Escola Estadual Álvaro Laureano Pimentel, de Belo Horizonte (MG), escolhida por registrar altas taxas de evasão escolar.

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“Notamos uma transformação no comportamento da comunidade escolar em razão da integração da temática negra no currículo e na rotina do colégio. Esse processo foi enriquecido por meio da capacitação dos professores, bem como das atividades de campo, imersões e oficinas realizadas com os estudantes”, detalha Vanderléia.

Para destacar a presença negra feminina na literatura e no audiovisual, a doutoranda Luana Tolentino, do coletivo cultural Terra Firme, e Maria Mazzarello, fundadora da editora Mazza Edições, compartilharam suas experiências.

O projeto resultou no documentário “Ressignificando as relações étnico-raciais e de gênero”, e na revista virtual “Africanidades”. Ambas as publicações foram produzidas pelos estudantes por meio de depoimentos de crianças, adolescentes e profissionais da educação sobre as suas vivências durante momentos de leitura, lazer e aprendizagem.

Caroline Jango foi outra pesquisadora apoiada pelo Edital de Equidade Racial, por meio do projeto “AfroIF — Currículo, Pensamento Decolonial e Formação Docente”. Seu estudo buscou compreender as dificuldades dos professores em encontrar soluções para uma prática pedagógica voltada ao antirracismo. Foram ouvidos 319 docentes de todos os 36 câmpus do IFSP (Instituto Federal de São Paulo).

“Notamos que os profissionais conseguem perceber a história, a geografia, a arte e a literatura, mas não a história e a cultura africana e afro-brasileira como uma dimensão do conhecimento que se aplica à saúde, à tecnologia, às ciências exatas e às ciências humanas. Essa colonialidade do pensamento com a qual esses professores foram formados é uma barreira que precisa ser derrubada”, aponta a pesquisadora.

Edital
O Edital de Equidade Racial na Educação Básica é uma iniciativa do Itaú Social com realização do Ceert (Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades), em parceria com o Instituto Unibanco, Fundação Tide Setubal e Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). 

O programa promoveu apoio para produção de nove artigos científicos e investiu R$ 3 milhões para o desenvolvimento de 15 pesquisas aplicadas em escolas e organizações da sociedade civil, buscando soluções para a redução das desigualdades étnico-raciais na educação.

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