Há mais de um século, a folia de Carnaval ganha as ruas reunindo pessoas de origens e costumes diferentes, e parte dessa diversão e encontro é protagonizada pelas escolas de samba. Localizadas especialmente nos municípios de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), as agremiações, que hoje ocupam as ruas, têm como uma das raízes um colégio.
A primeira escola de samba a surgir foi a “Deixa Falar”, em 1929, no bairro do Estácio, Rio de Janeiro (RJ). De acordo com historiadores, o termo “escola de samba” foi adotado em razão dos ensaios desse conjunto carnavalesco ocorrer em frente a uma escola e por reunir professores que ensinavam os moradores do entorno da unidade escolar a tocar os instrumentos do ritmo.
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Esse novo formato de agremiação incentivou outros blocos e marchinhas carnavalescas a adotarem tal modelo de organização. No mesmo ano, surgem as escolas de samba Portela e Mangueira e, em 1932, ocorre o primeiro desfile, contando com a participação de 19 grupos.
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Apesar de receber mais notoriedade durante o período de Carnaval, as escolas de samba trabalham durante todo o ano, produzindo fantasias e ensaiando com a comunidade. Muitas delas também desenvolvem projetos sociais, como oficinas artísticas, aulas de reforço escolar, apoio à alfabetização, entre outras iniciativas.
Educação Integral
Por oferecer oportunidade de ensino para as crianças e adolescentes, é comum que as escolas marquem a vida dos moradores de seu bairro, se tornando um importante local de referência para a comunidade, ajudando a moldar a cultura local. Essa influência ocorre, especialmente graças às aulas de educação artística e esportiva, que também contribuem com o desenvolvimento integral dos estudantes.
Segundo a pesquisa “Artes e Esportes: Relação com desenvolvimento humano integral”, a transversalidade curricular envolvendo atividades esportivas, teatros, cinemas, jogos, brincadeiras e entre outras iniciativas apresentam benefícios emocionais e cognitivos das crianças. Esse levantamento foi realizado pelo Itaú Social em parceria com pesquisadores da Universidade de Cambridge (Inglaterra), divulgado em 2020.
Apesar disso, a distribuição dessas oportunidades de aprendizados são desiguais no país. O estudo Cada Hora Importa, do Itaú Social, revelou que a diferença de estudantes de famílias de alta e baixa renda pode chegar a 7.124 horas de aprendizado, equivalente a 7,9 anos de uma escola regular.
Do total de horas mostradas, 1.132 delas são apenas de atividades extracurriculares, que envolvem cursos de idiomas, atividades artísticas, esportivas e atividades culturais, como cinema, teatro e museus.
O estudo ainda aponta que, em razão da falta de oportunidades para atividades físicas e artísticas em outros locais, as unidades escolares são os principais locais que ofertam atividades extracurriculares para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
As outras categorias da pesquisa que avaliam a desigualdade de horas de aprendizagem são: Aprendizado em família, com uma diferença de 936 horas; Educação infantil (1.944); Oportunidades nas férias (2.232) e Aprendizado na internet (830)