

Por Wallace Cardozo, Rede Galápagos, Lauro de Freitas (BA)
Depoimento de Valéria Santos, graduada em letras, graduanda em pedagogia, coordenadora pedagógica da educação infantil municipal em Casa Nova (BA) — e cursista do Polo
Tenho uma rotina muito corrida. Trabalho com educação há 18 anos, mas tudo se intensificou quando recebi o convite para atuar na Secretaria de Educação do meu município. Casa Nova fica no extremo norte da Bahia, fazendo divisa com os estados do Piauí e de Pernambuco. Foi aqui que nasci e cresci. Estive fora apenas durante quatro anos, quando morei em Juazeiro para estudar.
Minha mãe conta que sempre fui muito curiosa. Se fosse preciso definir a Valéria do passado em duas palavras, provavelmente elas seriam estudiosa e sonhadora. Essa era eu. Gostava tanto de estudar que o meu desempenho escolar jamais foi motivo de preocupação para ela, que sempre apoiou a mim e aos meus três irmãos para continuarmos estudando. Todos concluímos pelo menos o ensino médio, e cada um seguiu o seu coração. Um trabalha com música, o outro com logística e a mais nova com vendas. Eu sempre quis ser professora e estou nessa jornada há quase duas décadas.
Estava no final do magistério quando descobri a gravidez. Decidi e precisei me afastar dos estudos durante cinco anos para me dedicar exclusivamente ao meu filho. Após esse período, nós nos mudamos para Juazeiro, onde cursei letras. Ainda durante a graduação, eu sentia que não era exatamente aquilo que queria. Como não consegui vaga para pedagogia naquele momento, continuei até concluir a minha primeira graduação.
Há três anos, o meu telefone tocou. A então secretária municipal de Educação de Casa Nova me convidava para assumir um cargo de coordenação. Fiquei muito feliz e prontamente aceitei o desafio. Desde então, coordeno toda a educação infantil pública do município. Atendo creches, pré-escolas, as escolas seriadas e as multisseriadas. Diariamente, lido com públicos, realidades e necessidades diferentes entre si e por isso preciso estar sempre me atualizando, por meio de formações e de pesquisas que faço por conta própria.
Numa dessas, descobri o ambiente de formação do Itaú Social, o Polo, e de imediato fui atraída pelo título de um dos cursos disponíveis: O Coordenador Pedagógico como Formador. Eu prontamente me inscrevi e já tive acesso a todo o material. Gostei muito da simplicidade da linguagem utilizada. Eu conseguia apreender o conteúdo sem precisar ficar fazendo anotações a todo momento, ou mesmo pausando a aula para pesquisar o que significava determinado termo ou expressão.
A maior parte do conteúdo tratava de práticas que eu já adotava no meu trabalho, como questões relacionadas à autoavaliação e à avaliação da equipe. Isso foi muito importante para que eu me sentisse mais segura com a forma como conduzo o trabalho de coordenação. Foi como uma indicação de que estou no caminho certo, e isso me tranquilizou. Por exemplo, antes do curso, trabalhar em equipe era um grande desafio para mim, pois eu ficava com medo da opinião das pessoas a respeito do meu trabalho, e isso me limitava. Agora, consigo entender melhor a importância da escuta atenta, do diálogo e das próprias opiniões. Sinto que tenho mais autonomia e segurança para fazer intervenções, quando necessário.
São quatro horas de muito conteúdo e objetividade, fundamental para quem, como eu, trabalha e estuda. Estou no sexto período da graduação em pedagogia e já planejando pós-graduações e mestrado. Aproveitei o embalo e já fiz também o curso Avaliação de Programas e Políticas para Famílias e Crianças na Primeira Infância. Fiz uma lista com várias outras formações do Polo e as recomendei aos gestores, coordenadores e professores com quem trabalho.
Com eles, organizo o que chamo de plantões pedagógicos. São duas datas no mês, quando me dedico a entender do que determinada escola precisa. Na primeira data, converso com gestores e coordenadores para tratar de questões formais e estratégicas, como as orientações sanitárias para famílias e professores ou a readaptação das crianças ao ensino presencial, e de temas específicos relacionados à gestão. Num segundo momento, o encontro é com os professores, com pautas pedagógicas, a exemplo de planos de aula, materiais educativos ou modelos de blocos de atividade.
Os plantões pedagógicos são momentos de orientação, mas principalmente de escuta. Assim, identifiquei que a equipe de uma das escolas estava com dificuldades em relação ao retorno à modalidade presencial e pude intervir. Escutei as demandas, pesquisei, preparei apresentação de slides e material escrito, propus algumas dinâmicas e finalizamos com um diálogo para alinhar as novas estratégias. Aos poucos, vamos observando e percebendo o que deu certo e o que não deu tanto assim. Esta sou eu: Valéria. Coordenadora. Formadora.
Saiba mais
- Curso: O Coordenador Pedagógico como Formador
- Curso: Avaliação de Programas e Políticas para Famílias e Crianças na Primeira Infância
- Curso: Recursos Educacionais Digitais (REDs)
- Curso: Gestão Escolar: Práticas de Tutoria na Formação Continuada
- Percurso: Gestão Escolar
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