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Fundação Itaú divulga relatório com panorama dos Anos Finais do Ensino Fundamental

Documento analisa desempenho educacional em diversos países com base nos dados coletados pela OCDE


O cenário educacional dos Anos Finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) no Brasil foi tema do relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), produzido com apoio do Itaú Social. O documento apresenta um panorama sobre o desempenho dos estudantes, oferta de educação em tempo integral, carga horária dos professores, entre outros aspectos importantes dessa etapa.

A publicação “Perspectivas internacionais para o fortalecimento dos Anos Finais do Ensino Fundamental: diálogos com foco em políticas para o Brasil” divulgada no “Seminário Internacional Construindo uma Escola para as Adolescências”, realizado no último dia 10 de setembro com a presença de especialistas do Brasil, Espanha e Reino Unido.

ℹ️ Confira o documento na íntegra

De acordo com os dados levantados pelo relatório, extraídos do último Pisa (Programa Internacional de Avaliação do Estudante), 73% dos alunos dos Anos Finais do Fundamental no Brasil não alcançaram o nível básico de proficiência em matemática. Em relação à leitura, cerca de metade dos estudantes têm dificuldade em compreender informações que estão explícitas no texto. 

A desigualdade racial foi outro fator avaliado pelo documento. Enquanto apenas 38% e 30% dos estudantes pardos e pretos, respectivamente, alcançaram proficiência adequada em língua portuguesa, para alunos brancos, a proporção é de 53%.

ℹ️ Itaú Social colabora para a concepção do programa Escola das Adolescências

Outro aspecto que chama a atenção no relatório é o tempo que estudantes dos Anos Finais do Fundamental no Brasil passam na sala de aula. Segundo o documento, 18% das escolas  oferecem ensino em período integral, resultando em uma carga horária semanal de 13,9 horas. Em comparação, nos países analisados pela OCDE, a média é de 21,2.

Já para os professores dessa etapa, a carga de trabalho tende a ser mais complexa quando comparada com outros países. Enquanto 20% dos docentes brasileiros relataram trabalhar em duas ou mais escolas, a média global é de apenas 5%. Segundo o documento, os educadores são menos eficientes quando atuam em diferentes contextos escolares e com maior diversidade de tarefas.

ℹ️ Apenas metade dos estudantes conseguiu concluir essa etapa na idade certa

Experiências internacionais
O relatório também apresenta experiências que tiveram bons resultados educacionais em outros países. Entre as iniciativas descritas está a da Costa Rica, que realiza escuta com os adolescentes e estimula sua participação nos processos de tomada de decisão. O programa oferece uma plataforma para que os alunos expressem suas opiniões, compartilhem suas experiências e contribuam com as políticas que afetam a educação no país.

Outra medida costarriquenha foi a de institucionalizar a participação dos adolescentes na administração escolar. Foram estabelecidas diretrizes para a criação e funcionamento de governos estudantis, além da implementação do Departamento de Participação Estudantil, responsável por coordenar esses esforços e garantir que as eleições e a atuação dos alunos sejam inclusivas, considerando aspectos como paridade de gênero e integração de imigrantes.

O objetivo de apresentar as experiências bem-sucedidas em outros países é estimular alternativas para o contexto brasileiro. Outras iniciativas apresentadas no relatório, como a do Reino Unido e da Espanha, foram apresentadas no Seminário, conforme é possível acompanhar no vídeo abaixo:

Confira o Seminário do MEC sobre o programa Escolas das Adolescências

Além das propostas, a publicação apresenta cinco caminhos promissores e as possíveis ações que o Brasil poderia adotar para preparar alunos e fortalecer educadores dos Anos Finais do Fundamental, com foco em ouvir as suas necessidades e facilitar as transições educacionais. Confira abaixo:

  1. Continuar ouvindo os estudantes e educadores para entender melhor suas necessidades e preocupações.

  2. Apoiar e incentivar alunos e professores a projetar e implementar suas próprias intervenções para garantir que elas sejam adequadas às suas necessidades e ajudá-los a se sentirem capacitados. 

  3. Reconhecer os gestores escolares como o ponto central da transformação de baixo para cima e, portanto, direcionar os apoios e as ações de implementação para eles. 

  4. Criar condições estruturais que garantam que a inovação e a mudança locais estejam alinhadas com as prioridades e metas nacionais.

  5. Garantir que educadores tenham tempo e espaço suficientes fora da sala de aula para inovar e promover mudanças. 

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