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Dirigentes municipais destacam que formações continuadas devem estar mais alinhadas aos desafios dos Anos Finais do Ensino Fundamental, segundo pesquisa

Estudo mostra que 19,4% das redes ainda não oferecem formações relacionadas aos aspectos mais relevantes do desenvolvimento da adolescência dos estudantes


A formação continuada dos docentes é um dos principais desafios das secretarias municipais de Educação, conforme aponta a pesquisa de opinião “Percepções e Desafios dos Anos Finais do Ensino Fundamental nas redes municipais de ensino”, realizada pelo Itaú Social e Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação).

O levantamento aponta que quase a metade (49,2%) das redes que disponibilizam Anos Finais do Ensino Fundamental (período do 6º ao 9º ano) oferta formações a cada dois meses para os docentes, 26,1% oferecem uma vez a cada seis meses e 6,8% uma vez ao ano.

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Entre os temas mais abordados nas formações disponibilizadas aos docentes ao menos uma vez por mês, estão aspectos pedagógicos como formas lúdicas, críticas e participativas de aprendizagem, com 30,4% das respostas; usos de metodologias que promovam a aprendizagem autônoma e participativa, 26,9%; e conteúdos específicos das áreas e componentes curriculares, 28,4%.

Também foram listados assuntos com menor ocorrência, mas essenciais para lidar com os desafios dos Anos Finais, sendo eles as mudanças e o desenvolvimento da adolescência nos estudantes (19,4%), a implementação de conteúdos de ensino de história e cultura africana e afro-brasileira (19,8%), e as abordagens específicas para correção da distorção idade-série e da trajetória escolar (14,4%).

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“Reconhecer o que é o processo da adolescência, a experiência de adolescentes, assim como as especificidades de cada indivíduo e contexto, é fundamental para que as políticas educacionais consigam concretizar escolas pensadas e feitas para e com os estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental. Nesse sentido, esforços precisam endereçar fatores de alavancagem nessa etapa, como gestão escolar especializada, reorganização das escolas, volume e adequação do trabalho docente, recomposição das aprendizagens, maior participação dos estudantes, relação família-escola, estratégias para os anos de transição, e um currículo ampliado na perspectiva da educação integral”, avalia a superintendente do Itaú Social, Patricia Mota Guedes. 

Engajamento
O levantamento apontou que as redes municipais têm buscado adotar diversas medidas para aumentar o envolvimento dos alunos durante essa etapa. Entre as iniciativas destacadas estão a implementação de ações para melhorar a convivência escolar (69,2%), além  de avaliações e/ou reflexões sobre os processos de aprendizagem em conjunto com os estudantes (68,6%).

Preocupação
A saúde mental dos estudantes e dos professores e a falta de envolvimento da família têm sido os desafios determinantes na gestão dos Anos Finais, representando aproximadamente 75% e 74% das respostas, respectivamente. 

Outra questão relevante é a transição do 5º para o 6º ano do Ensino Fundamental, descrita por 64,6% dos dirigentes municipais de ensino. Vale ressaltar que 54,1% das redes respondentes declaram que não possuem uma equipe dedicada à adaptação dos estudantes dos Anos Iniciais aos Finais.  

Tempo Integral
Segundo a pesquisa, 61,9% declaram ter ‘muita dificuldade’ com a disponibilidade de recursos financeiros, enquanto apenas 7,3% dizem não ter nenhum revés para a ampliação da oferta de tempo integral. 

Quando o assunto é a falta de infraestrutura física, 60,4% têm ‘muita dificuldade’, enquanto apenas 9,3% não possuem nenhuma objeção com este aspecto. Apesar da falta de aportes, os dirigentes se mostram empenhados na implantação da modalidade. Segundo o estudo, no Brasil, 57,5% afirmam ter ações para expansão ou implementação da Educação Integral nos Anos Finais. 

Metodologia
O levantamento ouviu 3.329 dirigentes de ensino entre 18 de maio e 26 de junho deste ano, com o propósito de compreender os principais desafios na oferta e gestão dos Anos Finais do Ensino Fundamental, além de identificar oportunidades de ações que possam ser empreendidas para superar essas questões. 

A pesquisa foi efetivada por meio de questionário virtual, contemplando respostas de 60% de todas as redes municipais do país. Juntas, concentram 3,4 milhões de estudantes desse ciclo (64% do total de 5,3 milhões de alunos dessa etapa na rede pública).

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