Nesta quarta-feira, 9 de abril, é celebrado o Dia Nacional da Biblioteca, data criada em 1980 com o objetivo de valorizá-la enquanto espaço de leitura e pesquisa. Embora o local tenha perdido parte da preferência dos leitores, elas ainda seguem relevantes para quem busca por literatura.
Dados da 6ª edição da pesquisa Retratos da Leitura, promovida pelo Instituto Pró-Livro em parceria com a Fundação Itaú, mostram que o percentual de leitores que utilizam a biblioteca reduziu de 20% para 14% entre 2019 a 2024. Apesar da queda, esses espaços ainda figuram como o terceiro ambiente mais procurado para práticas literárias, atrás apenas da residência do leitor (85%) e salas de aulas (19%).
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A falta de bibliotecas por perto é uma das razões que impede as pessoas de lerem mais, apontada por 7% dos entrevistados. Outras justificativas incluem a falta de tempo (46%), de preferência (9%) e de paciência (8%), além do cansaço gerado pela prática literária (7%).
A pesquisa também revelou que a biblioteca exerce um papel de acolhimento, com 19% dos pesquisados as percebendo como espaços inclusivos e abertos a todos os públicos. A maioria, porém, as associa principalmente a estudo e pesquisa (59%), enquanto 18% destacam sua relevância para empréstimos de livros.
Inspiração
Foi em uma biblioteca que a escritora Sônia Barros descobriu seu interesse pela literatura. Na infância, ela e sua mãe eram frequentadoras da biblioteca pública de Santa Bárbara d’Oeste (SP), município localizado na região de Campinas, a cerca de 148 quilômetros de distância da capital paulista.
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“Como os livros eram emprestados da biblioteca e precisavam ser devolvidos, eu copiava algumas histórias num caderno, principalmente os poemas. Com o tempo, passei a criar minhas próprias histórias. Acredito que tudo tenha começado aí, nessa vontade de oferecer encantamento igual ao que os livros me davam”, reflete a autora.
Uma das obras de Sônia, o livro “Tatu-Balão”, foi selecionada pelo “Leia com uma criança” de 2015 e distribuída por todo o Brasil. “É importante oferecer à criança, por meio da literatura, situações que a levem a refletir, a se colocar no lugar do outro, a ter novas possibilidades de ver e sentir o mundo”, explica a escritora.
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Incentivo à leitura
Para fortalecer o papel das bibliotecas, a Escola Fundação Itaú oferece o curso “O papel das bibliotecas comunitárias na formação leitora”. Com carga horária de oito horas, a formação integra um acervo de mais de 130 cursos certificados e tem como objetivo ampliar as ações de promoção da leitura e engajar comunidades locais.