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Projetos de Roraima contribuem para a valorização da cultura indígena

Pesquisa mostra que estudantes indígenas representam grupo com maior distorção idade-série do Brasil


Celebrado em 7 de fevereiro, o Dia Nacional da Luta dos Povos Indígenas foi criado para honrar a resistência dos povos originários contra os ataques às suas culturas e terras. Essa resistência permanece evidente em diversos setores, como na educação, por meio da qual essas comunidades lutam pela valorização de suas tradições.

Apesar da permanência escolar ser um desafio para todos os grupos étnicos, a população indígena é particularmente afetada por intercorrências em sua trajetória. Apenas 23% dos povos originários conseguiram concluir o Ensino Fundamental na idade certa, enquanto a média da população branca é de 62%, a parda 46% e a preta, 41%.

Os dados são da pesquisa “A permanência escolar importa: Indicador de Trajetórias Educacionais”, realizada pela Fundação Itaú e que acompanhou estudantes brasileiros nascidos entre 2000 e 2005.

ℹ️ Desafios da trajetória escolar se acentuam nos Anos Finais do Fundamental

De acordo com o último Censo Escolar, Roraima possui 421 escolas com educação escolar indígena, cerca de metade do total da rede de educação do estado, composta por 885 instituições de ensino. Como diferencial, essas instituições incorporam em seus currículos não apenas o conhecimento tradicional, mas também a transmissão e a produção de saberes dos povos originários.

Para garantir o envolvimento dos estudantes e valorizar a cultura local, surgiu o projeto “Laboratórios Socionaturais Vivos como instrumento de melhoria pedagógica nos anos finais do ensino fundamental na educação escolar indígena”, realizado em cinco escolas de comunidades indígenas de Roraima com apoio do Itaú Social e da Fundação Carlos Chagas.

ℹ️ Aplicativo apresenta a influência dos povos indígenas e negros na formação cultural de Cariri Cearense

Como resultado, a iniciativa criou um projeto pedagógico que integrou os saberes locais com conhecimentos científicos, proporcionando um aprendizado significativo, além do engajamento dos estudantes. Outra ação foi a elaboração de etnomapas, mostrando as localizações geográficas de grupos e comunidades específicas.

Já na Escola Estadual Indígena Índio Marajó, localizada em Raposa Serra do Sol, município de Normandia (RR), a professora Jeane Almeida utilizou a literatura nas aulas de língua portuguesa. As histórias apresentadas pelos autores de diferentes etnias também foram uma oportunidade para os alunos terem acesso à sua ancestralidade, permitindo a preservação da cultura de sua comunidade.

“É uma grande felicidade quando percebo os alunos investigando sua cultura com autonomia, a partir de seus próprios questionamentos. Eles se identificaram com as histórias narradas pelos autores, dizendo que os personagens pareciam seus avós, pais e irmãos”, diz a professora.

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