Equipes e gestores das redes de ensino podem acessar os roteiros que estimulam a criação de planos pedagógicos, a fim de tornar as escolas mais acolhedoras aos adolescentes. Os documentos incentivam que os profissionais da educação solicitem e analisem relatórios da escuta dos estudantes. Ao todo, mais de 2,2 milhões de alunos prestaram depoimentos sobre os desafios e propostas aos Anos Finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano).
Com o objetivo de construir uma escola mais acolhedora, que impulsione o desenvolvimento integral dos estudantes e promova aprendizagens significativas para as adolescências, os relatórios foram organizados pelo MEC (Ministério da Educação), em parceria com Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) e Consed (Conselho Nacional dos Secretários de Educação), contando também com o apoio de outras instituições, como o Itaú Social.
No material destinado aos gestores escolares é sugerido que as respostas dos estudantes sejam utilizadas como base para elaboração de um plano de ação, visando melhorar o acolhimento nessa etapa.
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O segundo documento é direcionado aos professores e segue uma abordagem similar ao roteiro anterior, mas com um foco específico na criação de espaços onde estudantes e docentes possam juntos analisar os depoimentos coletados no evento. O objetivo é adaptar as recomendações à realidade da escola, considerando o orçamento disponível e as particularidades da cultura do território.
Recentemente, o último Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), divulgado no dia 14 de agosto, evidenciou que as lacunas de aprendizagem e as intercorrências na trajetória escolar dos alunos se intensificam nos Anos Finais do Fundamental.
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“A estagnação do desempenho nos Anos Finais do Fundamental é preocupante para a continuidade de uma trajetória regular, que permita a conclusão dos estudos na idade certa, com poucas ocorrências de evasão e abandono. Certamente, nesta idade, o enfrentamento das dificuldades de aprendizagem passa pela escuta e o acolhimento dos estudantes”, afirma a superintendente do Itaú Social, Patricia Mota Guedes.
A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) já havia revelado preocupações nesta fase ao mostrar que 6,2% dos adolescentes de até 13 anos, e 6,6% daqueles que têm 14 anos estão fora da escola, sinalizando uma evasão escolar precoce.
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Sobre o programa
Os materiais fazem parte do programa “Escola das Adolescências”, iniciativa do MEC, que busca promover ações voltadas aos Anos Finais do Fundamental. Além dos roteiros, são realizados encontros com especialistas para debater como superar os principais desafios dessa etapa. Também serão selecionadas redes de ensino interessadas em buscar soluções para melhorar a convivência escolar e a aprendizagem dos estudantes. Os estados e municípios eleitos pelo programa receberão apoio técnico e financeiro para criar estratégias que visem reduzir as desigualdades educacionais e a evasão escolar nesse período.