A Fundação Itaú publicou o documento “Perspectivas internacionais para a reforma da educação digital: Diálogos com foco em políticas para o Brasil”. O conteúdo revela que o país avançou na oferta da educação digital, nas dimensões de infraestrutura, governança e práticas pedagógicas, embora ainda esteja distante da média da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Em 2018, quase 20% dos alunos brasileiros estavam preparados para ter um comportamento responsável na internet, em 2022, o índice subiu para quase 40%. No mesmo ano, o percentual intermediário das nações acompanhadas pela organização internacional era de cerca de 65%. O estudo utiliza como base os dados do último Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) e avalia iniciativas globais relacionadas à Educação Digital e seu impacto na rotina escolar.
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Os esforços aplicados pelo Brasil para ampliar a Educação Digital variaram em oferecer apoio logístico e financeiro. Segundo o Censo Escolar 2023, 89% das escolas públicas estão conectadas à internet e 75% possuem banda larga. No entanto, a expansão da infraestrutura de educação digital ainda é insuficiente, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país, em territórios rurais e comunidades vulneráveis.
A publicação também apresenta breves estudos de caso sobre a Educação Digital em seis países: Chile, Colômbia, Irlanda, Coreia do Sul, México e no estado de Nova Gales do Sul (Austrália). Em cada um desses locais, o documento destina um capítulo para analisar os dados e a aplicação das tecnologias disponíveis.
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No Chile, por exemplo, 65% dos assistentes técnicos estão qualificados para apoiar as propostas pedagógicas, acima da média global, que é de cerca de 55%. A iniciativa permitiu apoiar ações inovadoras, como a oferta de programas de aprendizagem profissional para educadores e coordenadores de Tecnologia da Informação e Comunicação; e a oferta de equipamentos aos alunos, priorizando os mais vulneráveis.
O objetivo do Itaú Social ao apresentar essas experiências bem-sucedidas em diversos países é estimular alternativas para o contexto brasileiro. Uma delas ocorreu na Irlanda, onde mais de 90% dos estudantes foram capacitados para exercer um comportamento responsável na internet, bem superior à média das nações da OCDE. Desde 2018, o país europeu fornece financiamento às escolas para que colaborem com grupos locais e intersetoriais em projetos digitais inovadores.
Sobre a publicação
Parte do conteúdo da publicação foi levantado a partir dos seminários “Perspectivas internacionais para a reforma da educação digital: diálogos com foco em políticas para o Brasil”, que contaram com a participação de especialistas brasileiros e internacionais. A proposta dos eventos foi discutir o fortalecimento da governança e da infraestrutura da educação digital no Brasil, além de debater soluções de práticas e pedagogias digitais.
Apoio aos docentes
O Polo, ambiente de formação do Itaú Social, oferece gratuitamente o curso “Recursos Educacionais Digitais (REDs)”. O conteúdo apresenta alguns dos recursos disponíveis na internet, como utilizá-los e de que forma podem ser inseridos com a intencionalidade pedagógica. A expectativa é que o docente consiga, por meio do uso das plataformas, ampliar as possibilidades de experiência em sala de aula.