Alterar a acessibilidade de escolas com rampas e elevadores é apenas uma das medidas que permite a inclusão de crianças, adolescentes e jovens com deficiência no ensino. Neste Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de junho, o Itaú Social destaca iniciativas de educadores que tornam as aulas mais agradáveis para esses estudantes.
A professora Ana Maria Silva, de Maceió (AL), busca tornar suas atividades escolares mais próximas do cotidiano dos estudantes. “Na educação infantil, percebemos que somos nós, adultos, quem devemos nos propor a enxergar o mundo sob a ótica da criança com deficiência, não o contrário”.
Esse novo olhar para as atividades escolares tem sido um desafio para a inclusão dos estudantes com deficiência nas redes de ensino. Segundo a “8ª onda da pesquisa Educação na perspectiva dos estudantes e seus familiares”, realizada pelo Itaú Social, Fundação Lemann e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), seis a cada dez alunos com deficiência (59%) se sentem despreparados no que se refere ao aprendizado e 48% têm dificuldade em manter a rotina de estudos.
A docente explica que considerar o estudante como um sujeito ativo no processo pedagógico torna a aprendizagem mais segura e confortável, especialmente para as crianças com deficiências. “Cabe ao professor trabalhar de forma adequada, prezando pela paciência para encontrar uma forma de transmitir o conteúdo pedagógico até que os estudantes estejam verdadeiramente incluídos na aula”.
A resistência na adaptação do conteúdo pedagógico, somado à falta de acolhimento nos colégios, pode provocar um crescimento da evasão escolar. Para evitar a perda de aprendizagem e da relação do aluno com a escola, a assistente social Caroline Alvim de Almeida desenvolveu o projeto “Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) Itinerante – Integrando e Levando Educação a Todos”, em Tatuí (SP).
“Assim que eles visualizam a Kombi, ficam empolgados com as cores e a arte, sentindo-se convidados a participar das atividades. Às vezes, o estudante que participa sente-se inseguro de seu potencial durante as tarefas, mas, quando conseguem concluí-las, ficam felizes e com expectativa de repetir a experiência”, diz Caroline.
A iniciativa tem a proposta de reproduzir uma pequena sala de aula. Apesar do espaço mais compacto, o local é equipado com o necessário para criar um ambiente estimulante a aprender em meio a atividades divertidas, com mesa, puffs e ferramentas didáticas e visuais diversas.
Além de contribuir com a aprendizagem das crianças, o projeto apoia os familiares dos estudantes, atendendo a até 80 famílias por mês. A maioria dos suportes são orientações e encaminhamentos para as redes socioassistencial e de saúde.
Relacionamento
O estudo realizado pelo Itaú Social mostra que 39% dos alunos com deficiência têm dificuldades de relacionamento com outros colegas e professores. Segundo a pesquisa, a falta de acolhimento é uma justificativa para levá-los à evasão (25%). Em ambos os casos, o índice é, pelo menos, 10% maior quando comparado aos estudantes sem deficiência.
Polo
O Polo oferece cursos gratuitos e certificados sobre os temas mais desafiadores do campo da educação, como equidade racial, pandemia, fortalecimento das vozes indígenas, monitoramento e avaliação. Também disponibiliza 260 arquivos com acesso aberto, entre artigos, infográficos, estudos, pesquisas e galerias.
Em agosto de 2022, recebeu a medalha de prata do prêmio internacional Brandon Hall – Exccellence Awards 2022 na categoria: “Best Advance in Learning Technology Implementation / Melhor Avanço na Implementação de Tecnologia de Aprendizagem”.