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Setembro Amarelo: famílias alertam sobre a importância da escola em lidar com a saúde mental dos estudantes

Para mães e pais de alunos, ações de apoio psicológico têm resultados positivos na convivência da criança e adolescente na escola e na família


Em razão do Setembro Amarelo, campanha criada para incentivar o cuidado com a saúde mental, ações com essa finalidade ganham maior notoriedade nas escolas. Parte dessa prevenção está relacionada às questões emocionais, algo que familiares de estudantes e professores consideram como uma das maiores prioridades na educação atualmente. 

De acordo com o resultado da 10ª onda da pesquisa “Educação na perspectiva dos estudantes e suas famílias”, subiu de 33% para 40% o índice de alunos que precisam de apoio psicológico, e de 34% para 38% a proporção de crianças e adolescentes com dificuldades para controlar emoções como raiva e frustração.

ℹ️ Confira a 10ª onda da pesquisa Educação na perspectiva de estudantes e suas famílias

A mesma pesquisa aponta o grande impacto das ações de acolhimento emocional proporcionam na vida dos estudantes. Para 93% dos entrevistados, as crianças e adolescentes que foram beneficiadas com essas iniciativas de cuidado melhoraram na convivência familiar e escolar. Outro destaque é a percepção dos pais de que seus filhos se sentem mais integrados (98%), mais felizes no dia a dia (97%) e mais envolvidos com a escola (96%).

O cuidado com a saúde mental também é compartilhado com os profissionais de educação, sendo que essa, na opinião dos docentes, deve ser a maior prioridade das secretarias de Educação, com 18% das menções. O resultado fica à frente de outras reivindicações, como o aumento de seus salários e o envolvimento da família na rotina escolar, com 17% e 16%, respectivamente, conforme pesquisa com professores.

ℹ️ Confira o levantamento da pesquisa de opinião dos docentes

Para especialistas, o investimento na melhoria da convivência escolar entre os estudantes também contribui com a prevenção de ações violentas, como os ataques às escolas ocorridos entre março e abril deste ano. 

“O que os dados recentes mostram é que atravessamos um período turbulento no pós-pandemia, em que se intensificaram as dificuldades de relacionamento, além do comprometimento da saúde mental e emocional de professores e estudantes. Nesse sentido, os casos mais violentos são a ponta do iceberg. Discriminação, atitudes preconceituosas e práticas de bullying são situações que precisam ser enfrentadas no dia a dia do ambiente escolar como parte legítima do currículo”, conta a superintendente do Itaú Social, Patricia Mota Guedes.

Volume de trabalho
A sobrecarga de trabalho é vista como uma das causas de adoecimento emocional dos professores, como conta a professora Gina Vieira Ponte, diagnosticada com depressão. No início de sua carreira, ela atuava como formadora de leitores em uma biblioteca escolar. Posteriormente, passou a lecionar língua portuguesa para os Anos Finais do Ensino Fundamental, contando com centenas de estudantes sob sua responsabilidade.

“De repente, eu me vi com 280 alunos e tomei um susto. Fiquei me perguntando como seria possível me conectar com tantos estudantes diferentes. Eu nem imaginava como saberia o nome de cada um ou como atendê-los individualmente”, lembra.

A experiência de Gina é comum para muitos professores, como mostra o levantamento “Volume de trabalho dos professores dos anos finais do ensino fundamental”, apresentado por Itaú Social, Associação D3e (Dados para um Debate Democrático na Educação) e Fundação Carlos Chagas. A pesquisa aponta que dois a cada dez docentes trabalham com mais de 400 estudantes durante o ano letivo, número que supera o limite recomendado pelo  Conselho Nacional de Educação, de 300 alunos por ano letivo.

O relatório confirma que professores que trabalham mais de 50 horas semanais tendem a faltar no trabalho devido a problemas de saúde, seja com dores e desconfortos na coluna ou nos ombros, seja com o aparecimento de questões psíquicas, como depressão e síndrome de Burnout (Síndrome do Esgotamento Profissional).

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