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Dia Mundial da Educação: seis em cada dez redes de ensino enxergam o ingresso do aluno ao 6º ano como desafiador

Estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental destacam que lidam com situações de insegurança e problemas emocionais no ambiente escolar


Enquanto os primeiros anos do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) recebem atenção em relação à alfabetização das crianças e o Médio ganha notoriedade por concluir a Educação Básica, os Anos Finais do Fundamental (6º ao 9º ano), conhecidos como a “etapa do meio”, historicamente recebem pouca atenção das políticas educacionais. 

No Dia Mundial da Educação, celebrado em 28 de abril, o Itaú Social aponta a complexidade da gestão desse ciclo. Para 64,6% dos dirigentes municipais da educação, a transição dos alunos para os Anos Finais do Fundamental é um desafio maior que temas como a melhoria da infraestrutura escolar (57,2%) e a boa convivência entre estudantes (50,7%).

ℹ️ Itaú Social elabora conteúdo especial sobre os Anos Finais do Ensino Fundamental

O dado faz parte da pesquisa “Percepções e Desafios dos Anos Finais do Ensino Fundamental”, realizada pelo Itaú Social em parceria com a Undime (União dos Dirigentes Municipais de Educação). O estudo também lista a frequência das práticas adotadas pelas redes municipais para apoiar a transição dos estudantes para o 6º ano do Fundamental: 

  • 72,2% oferecem espaços e grupos de acolhimento aos estudantes;
  • 66,5% ofertam múltiplos professores a partir do 4º e 5º ano do Fundamental;
  • 64,7% promovem reuniões periódicas entre professores de 5º, 6º e 9º anos do Fundamental;
  • 57% fazem planejamento conjunto entre as equipes das etapas de transição;
  • 55,3% criam espaços de troca e acolhimento entre estudantes de 6º ano do Fundamental com alunos mais velhos;
  • 45,9% organizam equipe específica para apoiar a adaptação dos estudantes na transição.

Para a pesquisa, 19,4% responderam que não oferecem formação para os professores sobre as mudanças e o desenvolvimento da adolescência. Enquanto 11,7% alegaram que promovem o tema nas capacitações de forma mensal, 19,5% realizam bimestralmente e 24,4% semestralmente.

ℹ️ Confira a entrevista com a coautora do documentário “Esquecidos — Crise nos Anos Finais do Ensino Fundamental”

Aspectos da adolescência
A transição do estudante para o 6º ano do Fundamental é marcada por uma série de modificações na rotina do estudante, como a troca de escola, o que, naturalmente, provoca sentimentos de incerteza e apreensão nos alunos. Esses aspectos influenciam nas condições emocionais do adolescente, impactando sua plena aprendizagem.

A preocupação crescente com a saúde mental é observada pelos próprios alunos. O índice de estudantes que precisam de apoio psicológico subiu de 33% para 40%. A proporção de crianças e adolescentes com dificuldades para controlar emoções, como raiva e frustração, também cresceu de 34% para 38%. Os resultados são da 10ª onda da pesquisa “Educação na perspectiva dos estudantes e suas famílias”.

O último PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) mostra que quase um terço dos estudantes se sentem sozinhos na escola. Dados revelam ainda que um em cada dez alunos estão inseguros na escola. As questões de segurança não estão somente no ambiente escolar, mas no entorno, pois 19% dos estudantes não se sentem seguros no trajeto da escola.

Caminhos para a “etapa do meio”
Tornar a escola um ambiente compatível com o perfil do estudante é o objetivo do “Programa Escola do Adolescente”, criado a partir de um esforço interfederativo, envolvendo estados e municípios e coordenado pelo MEC (Ministério da Educação). Essa é a primeira iniciativa dedicada exclusivamente à etapa dos Anos Finais do Fundamental. O plano prevê revisão no currículo das escolas que aderirem à proposta, além de estratégias formativas sobre adolescência e mobilização do aprendizado que despertem o interesse dos alunos.

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