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Professores que apostam em atividades práticas estão mais próximos da “Escola do Futuro”

Quatro em cada dez estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental idealizam uma escola com mais projetos “mão na massa”, segundo levantamento do MEC, realizado em parceria com o Itaú Social


Neste 15 de outubro, Dia do Professor, cada vez mais, o tradicional quadro e giz dividem espaço com atividades práticas que colocam o estudante no centro do aprendizado. Essa abordagem já é reconhecida por 40% dos alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano), que consideram esses momentos essenciais para a construção da “escola do futuro”.

Os dados fazem parte do Relatório Nacional da Semana da Escuta das Adolescências nas Escolas, que traz a visão de 2,3 milhões de jovens de todos os estados do país sobre aprendizagem, clima escolar e participação. O levantamento foi realizado pelo MEC (Ministério da Educação) em parceria com o Itaú Social, Consed (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e Undime (União dos Dirigentes Municipais de Educação). 

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As aulas práticas são tão relevantes para os estudantes quanto as atividades esportivas, como apontam 41% dos estudantes do 6º e 7º anos, e 39% dos de 8º e 9º anos. Outro item necessário para uma “escola do futuro” são as atividades que envolvem tecnologia e mídias digitais, respondida por 38% dos participantes mais novos e 36% dos mais velhos.

Teoria com a prática
Inspirados por essa lógica, alguns professores seguem fazendo a diferença em seus territórios. Na Escola Estadual Cônego João Severo de Bocaina de Minas (MG), o professor Adriano de Sousa Sá lidera o projeto “Ensinagem por Interesse”, que propõe uma abordagem prática e envolvente para o ensino de física. 

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A metodologia se baseia na formação de equipes de estudantes que, juntos, investigam temas de seu interesse dentro da física. Com o suporte de ferramentas de inteligência artificial, o professor consegue criar uma variedade de conteúdos e roteiros de pesquisa personalizados, algo que seria praticamente impossível de produzir manualmente devido à limitação de tempo.

Essa personalização é fundamental à luz da neurociência educacional, que demonstra que cada cérebro aprende de forma única, com ritmos e estilos próprios, e não segundo um padrão fixo e igual para todos. As atividades incluem investigações práticas, discussões colaborativas e reflexões em grupo. 

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Adriano, que atua como mediador e incentiva a troca de ideias, ressalta que “o objetivo é fazer com que os alunos vejam a física como algo vivo e presente em suas vidas, não apenas como fórmulas em um livro. Quando eles escolhem o que querem aprender, o engajamento é imediato, e o aprendizado se torna mais significativo”.

No Ceará, a professora Ana Paula Teixeira idealizou o projeto “Matematicando” para incentivar a aprendizagem da matemática de forma lúdica e significativa. Por meio da criação e aplicação de jogos educacionais desenvolvidos pelos estudantes dos Anos Finais do Fundamental da Escola CEM (Centro de Educação Municipal) Santa Rita, em Maranguape, a atividade promove a multiplicação do conhecimento da disciplina, despertando o interesse e o gosto pela área de exatas.

“Nosso foco é transformar a matemática em uma experiência prazerosa, na qual os alunos são agentes ativos do próprio aprendizado, desenvolvendo habilidades que vão além da sala de aula”, destaca Ana Paula. 

Os resultados são animadores: os jovens não apenas melhoraram seu desempenho matemático, como também passaram a gostar mais da disciplina, quebrando barreiras tradicionais e preconceitos. O projeto reafirma o compromisso da educação pública em Maranguape, tendo impactado cerca de 240 estudantes no município.

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Em Marabá (PA), o projeto ConsCIÊNCIA engaja 100 estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental em ações educativas voltadas para a sustentabilidade ambiental. Tendo à frente o professor Daniel Oliveira da Silva, a iniciativa integra ações que reúnem professores de Ciências, Artes e da sala de leitura para promover atitudes que mitiguem problemas ambientais causados pela comunidade, incentivando os alunos a se enxergarem como agentes de mudança na sociedade.

O projeto inclui a criação de uma horta escolar, a produção de adubo por meio de composteiras, a fabricação de sabão a partir de óleo de cozinha descartado e mutirões de limpeza. Essas atividades visam não apenas conscientizar os estudantes, mas inspirá-los a replicarem as práticas fora da escola. “Nosso objetivo é formar cidadãos conscientes, que entendam seu papel na preservação do meio ambiente e levem esses aprendizados para suas comunidades”, afirma Daniel.

As iniciativas fazem parte do mapeamento do Itaú Social sobre abordagem STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), documento que compartilha experiências educacionais de todo o Brasil que integram essas disciplinas de forma prática. 

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