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Encontro debate a Educação Integral e ensino de qualidade na rede pública

Conversa reforça que a ampliação de ações interdisciplinares depende de infraestrutura, escuta ativa e práticas que unam dimensões cognitivas, sociais, culturais e emocionais dos estudantes


O conceito da Educação Integral acompanhada por um ensino público de qualidade, com uma boa estrutura física, currículos diferenciados e integração com políticas públicas intersetoriais foi tema debatido por especialistas no meet point “Educação integral: muito além de só mais horas na escola”. Promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, o bate papo ocorreu no dia 23 de setembro e contou com a participação da superintendente do Itaú Social, Patricia Mota Guedes.

“Para a Educação Integral, o Plano Nacional de Educação em debate será uma grande oportunidade não apenas de rever metas, mas também as formas como elas foram pactuadas. Ele nos permitirá observar cada etapa, compreender como as redes definirão seus objetivos, de que maneira serão acompanhadas e como o regime de colaboração deverá funcionar, destaca Patricia.  

A mediação foi feita pela jornalista Renata Cafardo e também contou com a presença de Anna Helena Altenfelder, presidente do Cenpec (Conselho de Administração do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária) e Rafael Mattar Machiaverni, diretor-geral do Parceiros da Educação. Outro ponto abordado no painel diz respeito à  expectativa do Brasil em aumentar cada vez mais a aderência de escolas e estudantes no ensino em tempo integral. No entanto, segundo a jornalista mediadora, um desenvolvimento educacional completo e equilibrado não está apenas ligado a ampliar o tempo de permanência em uma sala de aula, mas também envolve dimensões intelectual, social, emocional, física e cultural de cada indivíduo.

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A transformação da grade curricular do ensino básico foi apontada como uma ferramenta importante no combate à evasão, tornando a escola um ambiente mais significativo para os estudantes. Com base em estudos sobre ciências da aprendizagem, a superintendente do Itaú Social ressalta que “crianças e adolescentes aprendem melhor quando o professor alterna a dinâmica da sala, com aulas em que o aluno permanece sentado, estudando, e outras que incentiva o movimento” e completa afirmando que “a arte, a música e a fruição se relacionam profundamente com a capacidade cognitiva”.

Para ela, um ensino básico de qualidade também envolve o processo de escuta com crianças e adolescentes, para atender as demandas de quem está vivenciando essas experiências no dia a dia e avançar na formulação de políticas educacionais.

O Relatório Nacional da Semana da Escuta das Adolescências nas Escolas, elaborado pelo MEC (Ministério da Educação) com apoio técnico do Itaú Social, foi citado no debate. O documento aponta as percepções de quase 2,3 milhões de adolescentes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. Os depoimentos expressaram suas visões sobre a estrutura atual de ensino e sobre práticas que conectem a escola à vida real, reforcem as relações humanas e apontem horizontes para a educação.

“Os adolescentes respondem que querem mais tempo para matemática, mas também querem mais movimento. Os mais velhos, entre 14 e 15 anos, querem também atividades fora da escola e projetos ‘mão na massa’”, comenta Patricia.

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O olhar amplo para a Educação Integral também aponta para grandes desafios, como a desigualdade socioeconômica, o racismo, a falta de inclusão para pessoas com deficiência, entre outros fatores que influenciam a ruptura e desencanto com a escola. O enfrentamento dessas problemáticas requer investimentos intencionais de capacitação e suporte aos professores, de infraestrutura e de um regime colaborativo entre redes educacionais.

O painel integra  as atividades em comemoração aos 150 anos do jornal do Estadão. Além das mediações on-line, por meio da plataforma do YouTube, a programação foi encerrada com o ciclo de debates “Educação em Transformação”, promovido no auditório do Museu do Ipiranga, em São Paulo. O evento presencial abordou a educação básica de qualidade e um ensino superior que prepare as futuras gerações para os novos desafios da sociedade.

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