O Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de setembro, ressalta a importância das mobilizações para garantia de direitos e inclusão social dessa população. No âmbito educacional, práticas pedagógicas planejadas de acordo com a necessidade de cada estudante tornam o processo de aprendizagem mais democrático, plural e acessível.
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Um exemplo é o trabalho da professora Danielle Benkendorf, que desenvolveu um projeto para 70 alunos da rede municipal de Joinville (SC), com o objetivo de promover a autonomia, o comprometimento e a curiosidade para aprender matemática. Na prática, as crianças utilizam fitas métricas para medir e aplicar fórmulas matemáticas no momento da programação de seus protótipos, como robôs e carrinhos. A inclusão de pessoas com deficiência tem sido um ponto de destaque, pois os projetos são adaptados para que todos possam participar.
“Incluir não é deixar o aluno na sala de aula e pedir para ele fazer um exercício. Para realmente aplicar a inclusão, é preciso mostrar para o estudante como se faz, liberando os métodos tecnológicos para ele trabalhar“, comenta Danielle.
ℹ️ Itaú Social participa da formação sobre abordagem interdisciplinar com uso de tecnologia
Esses estudantes recorrem a recursos tecnológicos e calculadoras para superar desafios, demonstrando que a inclusão é possível quando o ambiente de aprendizagem é realmente colaborativo. A professora, por sua vez, integra a matemática a outras disciplinas, combinando a abordagem tradicional que já utilizava com o trabalho por projetos. Assim, passa a inovar e adotar métodos criativos que tornam o aprendizado mais significativo, prático e conectado à realidade dos alunos.
De acordo com o último Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), realizado em 2022, 63,1% de pessoas de 25 anos ou mais com deficiência no Brasil não tinham instrução ou não havia completado o ensino fundamental. Além disso, apenas 7,4% das pessoas com deficiência havia concluído o ensino superior, contra 19,5% das pessoas sem deficiência.
Esses dados mostram que, embora a inclusão educacional esteja prevista na Constituição Federal, é importante investir na formação de educadores e fortalecer práticas que assegurem a todas as pessoas o acesso e a permanência na escola.
“Eu não posso determinar que meu aluno, por não dominar um processo matemático, não seja inteligente. Ele tem aptidões, e meu papel é descobrir em que área pode se desenvolver “, reforça a professora.
O projeto executado em Joinville é destinado a estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental da rede pública municipal e integra o Caderno de Inspirações Práticas STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) – uma parceria do Itaú Social com o Instituto Catalisador, que mapeou essa abordagem entre professores em todo o Brasil para identificar, documentar e compartilhar experiências educacionais que integram essas disciplinas de forma prática.