No Dia do Estudante, celebrado em 11 de agosto, o Itaú Social destaca que a participação do aluno sob diversos aspectos é um componente importante para a aprendizagem. Porém, o protagonismo juvenil na educação ainda é um desafio, pois apenas 38,5% das redes de ensino municipais estimulam, com frequência, o envolvimento das crianças e dos adolescentes no planejamento de atividades escolares.
O dado é da pesquisa “Percepções e Desafios dos Anos Finais do Ensino Fundamental nas redes municipais de ensino”, realizada pelo Itaú Social e pela Undime (União dos Dirigentes Municipais de Educação). A inclusão dos alunos no planejamento é a estratégia menos frequente listada pelos gestores. No entanto, cerca de metade das secretarias de Educação informou que o protagonismo dos estudantes é tema de formações para docentes pelo menos uma vez a cada dois meses (21,6% mensalmente e 27,2% bimestralmente).
Inserir o aluno no centro do processo de aprendizagem, ou seja, estimulá-lo a participar das organizações das atividades escolares, está previsto na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e não deve ser encarado como algo desnecessário, como explica a superintendente do Itaú Social, Patricia Mota Guedes. “Para elaborar e implementar qualquer política de forma adequada para qualquer etapa da educação básica, é fundamental conhecer profundamente as experiências e percepções dos estudantes.”
ℹ️ Metodoligia STEAM prepara estudantes para desafios do século XXI
Algumas redes de ensino têm permitido uma maior participação de crianças e adolescentes por meio da abordagem STEAM, sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. No Rio de Janeiro (RJ), essa metodologia é aplicada por meio dos GET’s (Ginásios Experimentais Tecnológicos), em que a aprendizagem ocorre de maneira integral, não fracionada por matérias, dando maior liberdade aos alunos para organizarem seus estudos.
Já em Vespasiano (MG), os estudantes têm uma participação ativa durante as aulas, como explica a docente Neomaria Costa Viana. “A partir da abordagem do ‘Mentalidades Matemáticas’, estamos levando para as crianças e adolescentes um trabalho diferenciado e prazeroso. Nesse formato, o aluno é o protagonista de sua aprendizagem e nós, como professores, temos a responsabilidade de mediar e incentivar a prática da construção de conhecimento de forma colaborativa e divertida”.
ℹ️ Programa Mentalidades Matemáticas é lançado em Mato Grosso do Sul
O “Mentalidades Matemáticas” é uma abordagem pedagógica desenvolvida pela professora Jo Boaler, do departamento de Educação Matemática da Universidade Stanford (EUA), que incentiva discussões colaborativas e valoriza as diferentes maneiras de pensar a disciplina. No município mineiro, mais de 250 docentes participaram de formações e cerca de 12 mil alunos foram beneficiados pela aplicação da abordagem nas salas de aula.
Ouvindo os estudantes
A chegada dos alunos à adolescência torna a aprendizagem ainda mais desafiadora, por isso que, recentemente, o MEC (Ministério da Educação), junto com diversas instituições, entre elas o Itaú Social, realizou uma série de escutas com estudantes de todo o Brasil para criar um novo programa voltado aos Anos Finais do Ensino Fundamental (do 6º ao 9º ano).
A iniciativa contou com a contribuição de mais de dois milhões de alunos, que expressaram suas visões e anseios sobre o ambiente escolar e o processo de aprendizagem. O programa, instituído por meio de uma portaria oficial no dia 11 de julho de 2024, tornará o ambiente escolar mais compatível com o território e com a concepção dos adolescentes.