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Como ambiente escolar influência a aprendizagem das crianças durante a primeira infância

Estudo avalia os desafios da Educação Infantil e oferece onze recomendações para potencializar o ensino


A pesquisa “Avaliação da Qualidade da Educação Infantil”, do Itaú Social e Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, divulgada em 2022, apresenta onze recomendações sobre como qualificar as experiências pedagógicas das crianças na primeira infância (entre zero e seis anos), durante a aprendizagem em creches e pré-escolas no Brasil.

As propostas sugeridas pelo documento levam em conta ações na estrutura de todas as instituições de ensino, desde a sala de aula até cuidados na gestão. “Nessa fase da Educação Básica, os estímulos às atividades devem ter como foco a ludicidade” explica a professora Maria Lúcia Garijo, da rede municipal de Suzano (SP). “A escola precisa ser um espaço educativo interessante para a criança, onde ela brinca, ri e se alegra.”

O objetivo das recomendações é estimular a interação das crianças com os colegas e o ambiente. A pesquisa considera ainda que as escolas, em geral, oferecem boas infraestruturas, porém faltam espaços adaptados à intencionalidade pedagógica.

ℹ️ Analise mostra que a qualidade da educação está relacionada ao ambiente escolar

Outra recomendação apresentada pelo estudo é favorecer a participação da comunidade na gestão escolar. A maioria das famílias dos estudantes (87%) manifestaram interesse em ingressar em ações promovidas pela escola. Os responsáveis compareceram em pelo menos uma dessas atividades em 2022, como mostra a 10ª edição da pesquisa “Educação na Perspectiva dos Estudantes e seus Familiares”, do Itaú Social e da Fundação Lemann.

Já em relação aos grupos de coordenação, o estudo com as famílias mostra que, em média, 36% dos responsáveis pelos alunos declaram participar de comissões educativas que compartilham experiências e ideias para contribuir com a aprendizagem dos estudantes. Os indivíduos com INSE (Índice de Nível Socioeconômico) baixo são os que mais frequentam esses espaços, presentes em 42% das reuniões. Já as mães e os pais com melhores condições econômicas representam 33%.

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Além de incentivar a participação da comunidade, outra sugestão é valorizar atividades que estimulem o protagonismo das crianças. Experiências com movimentos corporais, mediação de leitura e brincadeiras livres são alguns exemplos apresentados no documento que professores podem adotar para alcançar esse objetivo.

A atuação mais ativa do aluno na rotina escolar é relevante, não apenas para a aprendizagem, mas especialmente para melhorar o clima escolar e combater as práticas de bullying, como explica a pesquisadora Luciene Tognetta. “O protagonismo é importante porque o jovem defende bandeiras, abraça causas e sua geração já está mais acostumada à diversidade”.

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Confira as recomendações para melhorar a qualidade da Educação Infantil, conforme a pesquisa: 

  • Elaborar estratégias condizentes com a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) para que as condições de infraestrutura, de fato, sejam promotoras da ampliação de aprendizagens das crianças, proporcionando interações de qualidade entre os estudantes, seus colegas, professores e os demais profissionais das unidades.

  • Estabelecer a gestão democrática em todos os âmbitos da rede de educação, do gabinete à comunidade escolar.

  • Trabalhar para que o planejamento pedagógico nas unidades educacionais contemple experiências diversificadas, que estimulem o protagonismo das crianças durante o processo de aprendizagem.

  • Investir em momentos que valorizem participação das rotinas diárias, como a ampliação dos movimentos corporais, a leitura de histórias e o brincar livre. Garantir que em toda a atividade da educação infantil haja intencionalidade pedagógica e protagonismo das crianças.

  • Efetivar as oportunidades de aprendizagens relacionadas à educação étnico-racial, em que cada gestor e profissionais de educação pensem o quanto isso realmente se dá nas relações cotidianas das unidades de Educação Infantil.

  • Trabalhar em cada unidade educacional para que momentos relacionados ao cuidado tenham intencionalidade educativa, dedicando especial atenção, por exemplo, durante a lavagem de mãos.

  • Quebrar alguns paradigmas enraizados sobre a concepção de criança, como a cultura de que, se os materiais estiverem ao alcance delas e forem usados livremente, serão estragados.

  • Combater ativamente as violências ainda presentes no contexto da Educação Infantil para atingir um ensino livre de qualquer ato que viole os direitos das crianças, ou promova qualquer tipo de discriminação.

  • Mapear, por meio de gestores escolares e coordenadores de regionais, as possíveis fontes de desigualdade de atendimento dentro da rede, como especificado na pesquisa, e utilizar boas práticas como forma de inspiração para a superação delas.

  • A partir das competências das gestões das unidades educacionais, identificar o que é preciso incidir para que não haja maiores retrocessos na Educação Infantil brasileira.

  • Estabelecer, no âmbito das secretarias municipais de educação, uma cultura permanente de acompanhamento da qualidade de creches e pré-escolas, com análises periódicas, construção de planos de ação a partir dos resultados das avaliações. Estabelecer parâmetros de qualidade inspirados em evidências, gerando uma melhoria progressiva dessa etapa.

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Sobre o estudo
A pesquisa “Avaliação da Qualidade da Educação Infantil” é a primeira no Brasil a analisar a experiência das crianças nessa etapa de ensino. Foram acompanhadas 3.467 turmas de creches e pré-escolas em 12 municípios, contemplando 1.807 unidades de todas as regiões do país.

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